Yellen diz que ações para desbloquear ativos russos congelados são "necessárias e urgentes"

Reuters

Publicado 27.02.2024 11:51

SÃO PAULO (Reuters) - A secretária de Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, enfatizou nesta terça-feira a urgência de avançar em conjunto com os aliados ocidentais para destravar o valor dos ativos soberanos russos congelados para ajudar a Ucrânia, mas disse que Washington não tem uma "estratégia preferida" sobre como proceder.

Falando em entrevista coletiva antes de se reunir com pares do G7 e do G20, Yellen disse que os EUA e seus aliados estão avaliando diferentes opções para cerca de 285 bilhões de dólares em ativos russos congelados em 2022 e os riscos associados.

Os líderes do G7 têm solicitado que as soluções sejam apresentadas em junho.

Ela reconheceu que há riscos envolvidos, mas minimizou preocupações levantadas por alguns na Europa de que confiscar ativos russos possa minar o papel do dólar, do euro ou do iene como moedas importantes de reservas globais.

"Acredito que o G7 deveria trabalhar em conjunto para explorar as várias abordagens sugeridas para desbloquear seus valores econômicos. Uma delas seria, é claro, confiscar os próprios ativos, mas há outras ideias, como usá-los como garantia para obter empréstimos nos mercados globais", disse Yellen.

Ela disse que considera "extremamente improvável" que qualquer ação do G7 sobre os ativos russos resulte em uma mudança cambial relevante, dada a singularidade dessa situação e o que ela chamou de violação descarada das normas internacionais por parte da Rússia.

Os países envolvidos representam metade da economia global, e qualquer ação seria tomada em coordenação, disse ela.

"É importante que o G7 trabalhe em conjunto. Precisamos encontrar uma maneira que seja legal, tanto internamente em todos os nossos países como também de acordo com a lei internacional", disse ela.

Yellen disse que há uma teoria sobre contramedidas que ela acha que possui uma forte justificativa na lei internacional e, caso essa seja a justificativa escolhida, todas as medidas terão que ser projetadas para cumprir essa exigência.

A União Europeia e o G7 vêm debatendo se e como os fundos congelados podem ser usados há mais de um ano. Dois terços desses fundos estão na UE, sendo a maior parte deles mantida pela câmara de compensação belga Euroclear. Não se espera nenhum acordo na reunião do G20 no Brasil.