Após vaivém, dólar fica perto da estabilidade apesar de rali externo da moeda

Reuters

Publicado 22.08.2022 14:55

Atualizado 22.08.2022 17:20

Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em torno da estabilidade nesta segunda-feira, depois de subir na primeira metade da sessão e cair na segunda, com taxas acima de 5,20 reais atraindo vendas conforme a moeda perdeu fôlego contra divisas de commodities em meio a uma tentativa de recuperação das matérias-primas.

Analistas destacaram a força do dólar nesta sessão sobretudo em relação a divisas do G10, com o euro de volta abaixo da paridade. A moeda única europeia responde por cerca de 57% da cesta do índice DXY, e sua queda de 1% automaticamente empurrou o índice do dólar para cima.

O bloco de moedas emergentes, por outro lado, beneficia-se em parte de preços mais altos de commodities --que nos países desenvolvidos se traduz em mais inflação-- e de taxas mais altas de juros, que funcionam como um amortecedor a pressões cambiais.

O petróleo Brent, referência global, fechou em baixa de apenas 0,25%, após despencar 4,5% na mínima do pregão.

O gestor de um fundo em São Paulo chamou atenção para entradas de recursos estrangeiros. Mais recentemente é a conta financeira --pela qual passam empréstimos externos, remessas de lucros e dividendos e investimentos em portfólio-- que tem sustentado o fluxo cambial no azul.

O dólar à vista terminou com variação negativa de 0,09%, a 5,164 reais, depois de variar entre 5,2053 reais (+0,71%) e 5,1505 reais (-0,35%).

Peso mexicano, lira turca, peso chileno e rand sul-africano, no entanto, operavam entre estabilidade e alta de 0,5%, também recuperando-se de perdas de mais cedo.

Já o índice do dólar --que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas-- subia 0,73%, a 108,940.

O Bradesco (BVMF:BBDC4) nota em relatório que a cautela predomina nos mercados por causa do simpósio de Jackson Hole, que reunirá nesta semana diversos economistas, políticos, empresários e autoridades monetárias de outros países.

Os holofotes se voltam para as participações de dirigentes do Fed, especialmente do chair, Jerome Powell, que poderá trazer mais detalhes sobre a estratégia de condução da política monetária norte-americana nos próximos meses.