BC e Powell sustentam segunda queda seguida do dólar ante real

Reuters  |  Autor 

Publicado 28.11.2018 17:21

BC e Powell sustentam segunda queda seguida do dólar ante real

Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar terminou novamente em queda nesta quarta-feira, pela segunda sessão consecutiva, sustentada pela nova atuação do Banco Central no mercado cambial e pelo discurso do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, com indícios de que o ciclo de alta dos juros nos Estados Unidos pode ser mais suave.

O dólar recuou 0,93 por cento, a 3,8408 reais na venda, depois de tocar a mínima de 3,8319 reais. Nestes dois pregões de baixa, ficou 1,96 por cento mais barato. O dólar futuro caía cerca de 0,90 por cento.

"O mercado interpretou o discurso de Powell como dovish. Ele deu indicação de que o Fed pode maneirar no aumento dos juros", resumiu o gestor da Elite Corretora Hersz Ferman.

O mercado vem esperando mais 5 altas de juros até o início de 2020, uma em dezembro, três no ano que vem e a derradeira no começo do ano seguinte.

Mas essa trajetória pode mudar, sobretudo se as previsões de desaceleração econômica global se confirmarem em meio à guerra comercial travada entre os Estados Unidos e outros parceiros, sobretudo a China.

Após o discurso do chefe do banco central dos EUA, os rendimentos dos Treasuries de dois anos US2YT=RR, que também refletem expectativas de altas de juros dos operadores, caíram e títulos de mais longo prazo também sugeriram expectativas menores de aperto monetário adicional nos EUA depois de dezembro.

Depois de Powell, os investidores vão acompanhar a divulgação da ata do Federal Reserve, no dia seguinte, para reforçar ou não essa visão de suavidade na trajetória de política monetária.

Vale destacar, no entanto, que o documento refere-se ao encontro de 7-8 de novembro, ou seja, pode ser relativizado quando vier a público, tendo em vista o discurso desta quarta-feira de Powell e a alta volatilidade dos mercados nas últimas semanas.

No exterior, o dólar firmou queda ante a cesta de moedas após a fala do chair do Fed e também recuava ante as divisas de países emergentes, como o peso mexicano, numa trajetória que era influenciada até então pela perspectiva de que o encontro entre Donald Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, no G20, no final de semana, pode terminar com um acordo comercial entre as partes.

Internamente, também influenciou no recuo do dólar ante o real já desde o começo da sessão a nova atuação do Banco Central no mercado de câmbio, com a segunda oferta de linha nesta semana --venda de dólares com compromisso de recompra.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

Nesta quarta-feira, a autoridade monetária vendeu 1 bilhão de dólares, o dobro do comercializado na véspera, numa estratégia para dar liquidez ao mercado no final do ano, período em que tradicionalmente mais recursos são remetidos pelas empresas ao exterior.

"Leilão de linha e exterior estão garantindo a queda do dólar, mas acho que o leilão aqui pesa mais. O BC está dando liquidez para o mercado nessa época de saída. A tendência é o dólar dar uma estabilizada ao redor de 3,70 reais até o final do ano", disse mais cedo o gerente de câmbio da corretora Ourominas, Mauriciano Cavalcanti.

"Se o dólar voltar para um patamar mais 'normal', o BC pode interromper esses leilões. Caso contrário, pode vir a fazer até diariamente", disse Cavalcanti.

O BC vendeu nesta sessão 13,6 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 11,560 bilhões de dólares do total de 12,217 bilhões de dólares que vence em dezembro.

Se repetir essa oferta amanhã e vendê-la amanhã, terá feito a rolagem integral.

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações