Bolsonaro procura minimizar caos nos mercados brasileiros por petróleo e coronavírus

Reuters

Publicado 09.03.2020 22:19

Bolsonaro procura minimizar caos nos mercados brasileiros por petróleo e coronavírus

Por Lisandra Paraguassu

MIAMI (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro minimizou o caos no mercado financeiro brasileiro nesta segunda-feira, colocando a responsabilidade pela turbulência nos preços do petróleo, depois de afirmar durante discurso em Miami que os números da economia vem mostrando que o Brasil começou a se arrumar.

“Obviamente os números de hoje tem a ver, a queda drástica da Bolsa de Valores no mundo todo, tem a ver com a queda do petróleo que despencou, se eu não me engano, 30%", disse Bolsonaro durante encontro com membros da comunidade brasileira na Flórida.

Além disso, o presidente afirmou que o novo coronavírus também tem influência no nervosismo dos mercados e, repetindo o que já dissera o presidente norte-americano, Donald Trump, disse acreditar que a epidemia esteja sendo superestimada por razões econômicas.

“Tem a questão do coronavírus também, que no meu entender está superdimensionado o poder destruidor desse vírus, então talvez esteja sendo potencializado até por questão econômica”, defendeu.

Em mais de uma ocasião, Trump --em quem Bolsonaro admite se inspirar-- afirmou que a crise do coronavírus está sendo “inflamada” pela mídia “fake news” para “muito além do que os fatos mostram”.

A bolsa paulista teve o pior dia em mais de duas décadas nesta segunda, em sessão marcada por circuit breaker após decisões da Arábia Saudita derrubarem os preços do petróleo e elevarem as incertezas a um mercado já afetado por temores sobre os reflexos do coronavírus na economia global. Ao mesmo tempo, o dólar atingiu novos recordes históricos, aproximando-se de 4,80 reais.

As ações da Petrobras (SA:PETR4) fecharam em queda histórica de quase 30%, com a empresa perdendo cerca de 91 bilhões de reais em valor de mercado. Com a queda de 12,17% de hoje, o Ibovespa voltou a 86.067 pontos, a mínima desde dezembro de 2018, anulando todos os ganhos durante o governo Bolsonaro.