BTG Pactual piora estimativas para dólar e cita agenda política doméstica, EUA e China

Reuters

Publicado 11.10.2021 13:22

Atualizado 11.10.2021 14:36

Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - A equipe de pesquisa macro do BTG Pactual (SA:BPAC11) digital elevou as projeções para a taxa de câmbio nos três cenários que considera, com a agenda política como principal ponto de atenção nos próximos meses no campo doméstico, enquanto no exterior as sinalizações do banco central dos EUA, indicadores da China e o imbróglio em torno da dívida norte-americana são os focos de preocupação.

No cenário básico, o dólar agora deve terminar o ano em 5,30 reais, ante taxa de 5,00 reais prevista anteriormente. No cenário otimista, a moeda fica em 5,10 reais, contra 4,80 reais estimados antes. Nos cálculos mais pessimistas, o dólar fecha 2021 em 5,60 reais, de 5,40 reais do prognóstico anterior.

Os números dos cenários básico e otimista embutem apreciação da taxa cambial, já que o dólar era cotado nesta segunda-feira em torno de 5,51 reais no mercado à vista.

O cenário-base inclui redução de estímulos nos EUA em dezembro com sinalização de alta de juros para o quarto trimestre de 2022, além de resolução no Brasil para o aumento dos precatórios sem "jabutis" (matérias estranhas ao tema central da Proposta de Emenda à Constituição), entre outras ponderações.

No cenário otimista, a indicação pelo Federal Reserve (BC dos EUA) de alta de juros fica só para 2023, com a mesma solução citada acima para os precatórios. No quadro mais negativo, o encerramento desse imbróglio no Brasil se dá à base dos "jabutis", elevando o risco fiscal, enquanto nos EUA o Fed aponta acréscimo de juros já para o terceiro trimestre de 2022.

No documento, os analistas do BTG Pactual digital admitiram terem sido surpreendidos em setembro pelos riscos vindos do mercado asiático, sobretudo da China, enquanto nos EUA a mudança de orientação pelo banco central foi mais "hawkish" (inclinada a menos estímulos monetários) do que o esperado.