Dólar à vista cai com fluxo de recursos, na contramão do exterior

Reuters

Publicado 21.07.2023 17:13

Atualizado 21.07.2023 17:25

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar hoje à vista fechou a sexta-feira em queda ante o real em meio a um movimento de venda da moeda norte-americana por exportadores e a um fluxo de recursos, enquanto no exterior a divisa dos EUA se mantinha em alta ante a maior parte das demais.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,7797 reais na venda, com baixa de 0,45%. Na semana, a moeda norte-americana acumulou queda de 0,33%.

Na B3 (BVMF:B3SA3), às 17:15 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,46%, a 4,7855 reais.

No início do dia, às 9h01, o dólar à vista chegou a marcar a máxima de 4,8261 reais (+0,51%), dando continuidade ao movimento da véspera e se mantendo em sintonia com o exterior, onde o sinal também era positivo.

Com a moeda na faixa dos 4,82 reais, no entanto, exportadores aproveitaram para vender divisas, o que pesou sobre as cotações. Além disso, conforme um profissional ouvido pela Reuters, investidores estrangeiros internalizaram recursos, o que reforçou o viés negativo para a moeda norte-americana.

Às 10h57, o dólar à vista marcou a mínima de 4,7599 reais (-0,87%).

“O Brasil ainda mantém um carrego elevado de juros, que tende a manter o fluxo positivo de dólares. Temos visto uma boa entrada de fluxo investidor estrangeiro há alguns dias, porque o carrego do real ainda é muito bom”, comentou Luiz Felipe Bazzo, CEO do Transferbank.

“Enquanto o juro do Brasil não estiver em baixa, enquanto a Selic não estiver em um dígito, o que não deve acontecer tão cedo, tem uma janela boa para ficar apostado em real, e a cabeça do estrangeiro é essa”, acrescentou.

A sexta-feira foi de agenda esvaziada no exterior e no Brasil, o que deixou os mercados sem fatos novos para operar. Por aqui, o Ministério do Planejamento e Orçamento e o Ministério da Fazenda divulgaram o relatório bimestral de receitas e despesas, com as novas projeções para a área fiscal em 2023.

O governo passou a projetar déficit primário de 145,4 bilhões de reais este ano, o equivalente a 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB), resultado pior que os 136,2 bilhões de rombo previstos em maio.

Apesar do resultado, o secretário de Orçamento Federal, Paulo Bijos, pontuou durante entrevista coletiva sobre os números que a meta fiscal autorizada na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2023 é de um déficit de 238 bilhões de reais e que o governo se mantém abaixo dela.

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