Dólar à vista cai pela 5ª sessão com S&P e recuo da moeda no exterior

Reuters

Publicado 15.06.2023 17:13

Atualizado 15.06.2023 17:30

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista completou a quinta sessão consecutiva de baixa ante o real nesta quinta-feira, renovando a menor cotação de fechamento em um ano, com investidores reagindo à melhora da perspectiva de crédito do Brasil e ao recuo firme da moeda norte-americana ante a maior parte das divisas no exterior.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8026 reais na venda, com baixa de 0,17%. Esta é a menor cotação de fechamento desde 6 de junho de 2022, quando encerrou a 4,7959 reais.

Na B3 (BVMF:B3SA3), às 17:25 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,32%, a 4,8175 reais.

Pela manhã, a moeda norte-americana chegou a exibir ganhos ante o real, com alguns investidores realizando lucros após os recuos recentes e refazendo posições compradas.

Profissional ouvido pela Reuters também citou a atuação de importadores no mercado à vista, comprando moeda quando as cotações estavam em níveis baixos. Assim, às 9h30, a divisa marcou a máxima da sessão, de 4,8450 reais (+0,71%).

O viés positivo, no entanto, não se sustentou. Ainda permeava os negócios a notícia de que a agência S&P elevou a perspectiva de crédito do Brasil de “estável” para “positiva”.

Além disso, o dólar perdeu força no exterior após o Banco Central Europeu (BCE) elevar sua principal taxa de juros pela oitava vez consecutiva, em 25 pontos-base, para 3,5%, o nível mais alto desde 2001. A instituição também deixou a porta aberta para mais aumentos.

Com isso, a moeda norte-americana perdeu força ante o euro e passou a recuar ante uma cesta de seis principais divisas. O dólar também cedia em relação à maioria das divisas de países emergentes ou exportadores de commodities.

Após a decisão do BCE, ficou em segundo plano a expectativa de que o Federal Reserve poderá elevar os juros mais duas vezes ainda em 2023, como sinalizou a instituição na tarde de quarta-feira.

“O DXY (índice do dólar em relação a uma cesta de moedas) não deixou a moeda dos EUA ganhar mercado aqui”, comentou o diretor da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo. “A alta do dólar no Brasil pela manhã foi apenas realização. Depois caiu de novo.”

Embora a moeda norte-americana tenha emplacado a quinta sessão consecutiva de perdas, profissional ouvido pela Reuters afirmou que é natural que, após os recuos recentes, a moeda tenha dificuldades para romper certos pontos técnicos.

Assim, após ter chegado a oscilar abaixo dos 4,80 reais durante a tarde, a divisa fechou acima desse nível. No exterior, o dólar seguia em baixa ante outras divisas nesta tarde.