Dólar cai 1% após dados da China impulsionarem moedas ligadas a commodities

Reuters

Publicado 11.09.2023 17:12

Atualizado 11.09.2023 17:45

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista fechou nesta segunda-feira com queda firme ante o real, pouco superior a 1%, com as cotações refletindo a busca por ativos de risco ao redor do mundo, após a China divulgar dados econômicos positivos, e em meio à expectativa pelos números de inflação nos Estados Unidos.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9308 reais na venda, com baixa de 1,03%.

Na B3 (BVMF:B3SA3), às 17:17 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,28%, a 4,9420 reais.

A moeda norte-americana oscilou no território negativo durante toda a sessão. Já no início do dia os investidores reagiam às notícias positivas que vinham da China.

O Escritório Nacional de Estatísticas da China informou que o índice de preços ao consumidor (IPC) voltou ao território positivo em agosto, quando subiu 0,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior, após ter caído 0,3% em julho.

O índice de preços ao produtor (PPI) desacelerou as quedas e registrou baixa de 3,0% em agosto ante o mesmo mês do ano anterior, em linha com as expectativas, após queda de 4,4% em julho.

Além dos dados de inflação mais fortes -- que sugerem certa reação da atividade econômica -- a China apresentou bons números de novos empréstimos bancários em agosto e elevou o controle sobre compras de dólares por empresas chinesas, em montantes superiores a 50 milhões de dólares, o que dava suporte ao iuan.

As notícias da China dispararam a busca por ativos de maior risco, como ações, moedas e títulos de países emergentes ou exportadores de commodities. No Brasil, isso se materializou na forte queda do dólar ante o real.

Na cotação máxima do dia, às 9h03, o dólar à vista foi cotado a 4,9670 reais (-0,30%). Na mínima, às 13h18, a moeda atingiu 4,9256 reais (-1,13%).

“As notícias mais positivas sobre a economia chinesa fizeram o dólar cair em todo o mundo”, pontuou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. “Houve também algum fluxo de entrada de moeda física no Brasil”, acrescentou.

Além disso, investidores aguardavam pela divulgação do índice de preços ao consumidor dos EUA na quarta-feira, em busca de pistas sobre os próximos passos do Federal Reserve.

Durante a tarde, os títulos norte-americanos precificavam 93% de chances de o Fed manter sua taxa básica na faixa entre 5,25% e 5,50% no encontro de política monetária de setembro.