Dólar acompanha apetite por risco externo com expectativa por dados dos EUA e alívio sobre China

Reuters

Publicado 11.09.2023 09:09

Atualizado 11.09.2023 10:31

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar acelerou suas perdas frente ao real nesta segunda-feira, acompanhando o desempenho da moeda no exterior contra várias divisas arriscadas, com o mercado se mostrando mais otimista antes da divulgação de dados da inflação norte-americana desta semana e após a adoção de novos estímulos na China.

Às 10:19 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,87%, a 4,9388 reais na venda.

Na B3 (BVMF:B3SA3), às 10:19 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,06%, a 4,9530 reais.

A divisa norte-americana também mostrava fraqueza no exterior, onde caía 0,20% contra uma cesta de pares fortes antes da divulgação de dados de inflação nos EUA na quarta-feira, com os investidores atentos para saber se a maior economia do mundo está realmente a caminho de um "pouso suave" e se o Federal Reserve tem mais a avançar no aumento dos juros.

"CPI (índice de preços ao consumidor dos EUA) e varejo ditam o apetite ao risco do mercado antes da decisão do Fomc", disse o BTG Pactual (BVMF:BPAC11) em relatório a clientes, referindo-se à reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed, que se encerrará na quarta-feira da semana que vem e deve deixar os juros inalterados.

O banco disse esperar leve aceleração do avanço do índice geral ao consumidor e manutenção do ritmo de alta do núcleo da inflação nos Estados Unidos. "O resultado, se confirmado, ainda é benigno para a decisão do Fomc na próxima semana", disse o BTG.

Custos de empréstimos mais elevados nos EUA tendem a impulsionar os rendimentos dos Treasuries e, consequentemente, manter o dólar em patamares fortes a nível global, conforme investidores migram seus investimentos em renda fixa para a maior economia do mundo.

Da mesma forma, indícios de que o banco central norte-americano abrandará sua postura no combate à inflação costumam impulsionar divisas emergentes de maior rentabilidade, como o real.

Enquanto isso, na China, novos estímulos do governo para o setor financeiro, em meio a temores de desaceleração do crescimento econômico, ajudavam a sustentar o apetite por risco. Moedas emergentes ou sensíveis às commodities, como dólar australiano, peso mexicano e rand sul-africano, subiam de 0,35% a 1,40% nesta manhã.