Reuters
Publicado 23.06.2023 09:06
Atualizado 23.06.2023 10:30
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subia frente ao real nesta sexta-feira, acompanhando a aversão a risco no exterior após sinais ainda duros de bancos centrais globais no combate à inflação e dados econômicos piores do que o esperado, mas a moeda caminhava para baixa semanal.
Às 10:11 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,43%, a 4,7923 reais na venda.
Na B3 (BVMF:B3SA3), às 10:11 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,35%, a 4,7970 reais.
A alta do dólar estava amplamente em linha com movimento visto no exterior, onde o índice que compara a divisa norte-americana a uma cesta de pares fortes ganhava 0,40% nesta manhã.
"Incertezas com o crescimento global pesam sobre os mercados nesta sexta. A aversão ao risco ganha força, após indicadores antecedentes de atividade de vários países apontarem uma tendência de desaceleração mais forte que a esperada", disse o departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco (BVMF:BBDC4) em relatório. "Os resultados vieram após diversos bancos centrais voltarem a subir juros, diante das preocupações com a resiliência da inflação."
Entre os destaques, o Banco da Inglaterra subiu os juros mais do que o esperado na véspera, em 0,50 ponto percentual, uma semana depois de o Banco Central Europeu (BCE) voltar a apertar a política monetária. Já o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, reforçou nesta semana a ideia de que a autoridade monetária norte-americana pretende adotar mais dois ajustes para cima nos custos dos empréstimos este ano.
Juros mais altos nos EUA tendem a atrair recursos para o mercado de renda fixa norte-americano, que, além de ser extremamente seguro, fica mais rentável quando a política monetária é apertada.
No Brasil, no entanto, a taxa Selic continua nos elevados 13,75% que há meses têm sido apontado como pilar de sustentação do real, que oferece retornos muito atraentes para investidores estrangeiros.
Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou manutenção dos juros, como esperado, e manteve um tom duro ao avaliar o processo de desinflação no Brasil, defendendo que é preciso ter "paciência" no controle dos preços. Boa parte dos mercados financeiros esperava algum tipo de aceno a um afrouxamento monetário em agosto.
O dólar tem rondado os níveis mais baixos em mais de um ano frente ao real, após uma longa sequências de perdas semanais. A divisa estava a caminho de registrar queda de 0,60% frente ao fechamento da última sexta-feira, o que marcaria a quinta semana no vermelho.
O Citi disse em relatório que "melhores condições globais e domésticas dão suporte para o dólar permanecer abaixo do limite de 5,00 reais", citando, entre outros fatores, a elevação da perspectiva do Brasil pela agência de classificação de risco S&P.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,7719 reais na venda, com leve alta de 0,08%.
Escrito por: Reuters
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