Dólar tem volatilidade ante real com temores sobre vírus; moeda caminha para perda semanal

Reuters

Publicado 03.07.2020 09:12

Atualizado 03.07.2020 10:50

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar oscilava entre altas e baixas contra o real nesta sexta-feira, refletindo a menor liquidez devido a feriado nos mercados norte-americanos, enquanto os investidores dividiam as atenções entre o aumento nos casos de coronavírus nos Estados Unidos e dados econômicos positivos.

Às 10:44, o dólar avançava 0,02%, a 5,3508 reais na venda. A moeda tocou 5,3814 reais na máxima do pregão, antes de perder força e cair para 5,3291 na mínima.

O dólar futuro de maior liquidez perdia 0,11%, a 5,361 reais.

No exterior, divisas arriscadas tinham comportamento misto contra o dólar, com peso mexicano rondando a estabilidade, lira turca e rand sul-africano caindo e dólar australiano registrando ganhos.

A volatilidade era citada por vários analistas e corretoras como fator importante neste pregão, uma vez que os mercados norte-americanos estavam fechados nesta sexta-feira devido ao feriado do Dia da Independência nos EUA, reduzindo a liquidez.

"Em dia de feriado nos Estados Unidos pelo 4 de Julho e menor liquidez, as atenções se voltam para a escalada de tensões entre Pequim e Washington", disse a XP Investimentos em nota, citando temores de sanções econômicas entre as duas maiores economias do mundo depois que a China sancionou uma lei de segurança nacional para Hong Kong.

Mas, do lado positivo, a corretora destacou dados sobre emprego norte-americanos da véspera e números de PMI da zona do euro, que foram bem recebidos pelos mercados.

A pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) desta sexta-feira mostrou que a contração da atividade empresarial da zona do euro provocada pelas paralisações contra o coronavírus perdeu força em junho em meio à reabertura de empresas.

Além disso, outros dados mostraram que o setor de serviços da China expandiu no ritmo mais rápido em mais de uma década em junho.

Segundo nota do Bradesco (SA:BBDC4), os números de PMIs de junho, "puxados principalmente pelo setor de serviços, reforçam percepção de recuperação global", mas a alta de casos de coronavírus nos Estados Unidos ameaça deixar os sinais de uma recuperação econômica em segundo plano.