Dólar avança contra real após dados fracos da China minarem apetite por risco

Reuters

Publicado 15.08.2022 09:12

Atualizado 15.08.2022 11:26

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar chegou a avançar mais de 1% frente ao real nesta segunda-feira, embora tenha moderado o ritmo de alta desde então, depois que a semana começou com temores renovados sobre a saúde da economia global na esteira de dados fracos sobre a atividade da China, que levaram investidores a redirecionar recursos para ativos considerados seguros.

Às 11h25 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,68%, a 5,1018 reais na venda, depois de mais cedo avançar 1,33%, a 5,1418 reais.

Essa movimentação estava em linha com a valorização de 0,59% do índice do dólar contra uma cesta de rivais fortes nesta manhã, a 106,13.

Ao mesmo tempo, a maioria das moedas de países exportadores de commodities --especialmente sensíveis à China por suas estreitas relações comerciais com o país asiático-- tinha forte desvalorização no dia, em linha com perdas acentuadas nos preços de produtos como petróleo e minério de ferro. Peso mexicano, rand sul-africano e dólar australiano, por exemplo, recuavam entre 0,7% e 1,5% por volta de 9h50 (de Brasília).

Dados mostraram que a economia chinesa desacelerou inesperadamente em julho, com as atividades industrial e varejista sofrendo com a política de Covid zero e uma crise imobiliária, o que levou o banco central do país a cortar suas principais taxas de empréstimo inesperadamente nesta segunda-feira, buscando reanimar a demanda.

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"Os mercados começam a semana com clima de aversão a risco, com os dados e o corte surpresa de juros na China pesando no sentimento otimista que vimos desde a última leitura do índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos", disse o Citi em relatório desta segunda-feira.

A moeda norte-americana à vista fechou a última sessão, na sexta-feira, em 5,0742 reais, mínima desde 15 de junho (5,0278 reais), acumulando baixa de 1,83% na semana depois que dados mostraram que a inflação ao consumidor norte-americano não acelerou em julho.