Reuters
Publicado 12.05.2020 09:13
Atualizado 12.05.2020 12:06
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava em queda de cerca de 1% contra o real na manhã desta terça-feira, em meio a maior apetite por risco no exterior após sinais de cortes na produção mundial de petróleo, enquanto no cenário local a ata da última reunião de política monetária do Copom veio dentro das expectativas do mercado.
Às 10:46, o dólar recuava 1,14%, a 5,7578 reais na venda, enquanto o dólar futuro de maior liquidez tinha queda de 1,11%, a 5,7605 reais.
Na mínima do dia, a divisa norte-americana à vista foi a 5,7500 reais na venda, queda de 1,2%.
"O dia amanheceu meio tenso, mas o que virou o mercado (global) foi o anúncio da Rússia sobre corte na produção de petróleo, seguindo a linha da Arábia Saudita", disse à Reuters Jefferson Laatus, sócio fundador do grupo Laatus. "Isso impulsiona o petróleo e tira a pressão (de alta) do dólar no mundo."
Nesta terça-feira, uma autoridade sênior da Rússia disse à Reuters que a principal região exploradora de petróleo do país reduzirá a produção em 15% este ano, em linha com um pacto para cortar a oferta global da commodity.
Os preços do petróleo já avançavam nesta terça-feira antes mesmo da notícia, impulsionados por um inesperado comprometimento da Arábia Saudita com maiores cortes de produção em junho.
Nos mercados internacionais, acompanhando a alta do petróleo, divisas emergentes e ligadas a commodities -- como lira turca, rand sul-africano e dólar australiano -- subiam contra o dólar.
Enquanto isso, no cenário doméstico, o Banco Central divulgou nesta terça-feira a ata da última reunião de política monetária do Copom, que, apesar de mostrar perspectivas sombrias para a atividade e possibilidade de mais cortes de juros, teve impacto limitado sobre os movimentos do câmbio.
"Internamente, o mercado olhou para a ata do Copom e não viu nenhuma novidade. Tudo estava precificado, até mesmo sinalização de outro corte de juros", disse Jefferson Laatus.
Na última reunião de política monetária, o BC cortou a taxa Selic a nova mínima histórica de 3%, medida que elevou a pressão sobre o real, que já sofre em meio a cenário econômico sombrio e política local incerta.
Apesar da queda desta terça-feira -- segunda sessão de perda em 8 pregões --, o dólar acumula alta de cerca de 43% contra o real no ano de 2020, e as perspectivas para a moeda brasileira seguem pessimistas.
Em nota, o Itaú BBA afirmou que rebaixou as previsões para o desempenho do real este ano, citando "risco de maior deterioração fiscal, contração mais acentuada na atividade econômica e taxa de juros mais baixa".
A moeda norte-americana à vista fechou o último pregão em alta de 1,47%, a 5,8242 reais na venda.
Escrito por: Reuters
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