Reuters
Publicado 22.04.2022 09:19
Atualizado 22.04.2022 11:19
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar chegou a saltar mais de 2% e superar com folga a marca de 4,70 reais nesta sexta-feira, impulsionado globalmente por apostas em maior agressividade do banco central dos Estados Unidos em seu aperto monetário, enquanto o noticiário político local elevava a cautela de investidores.
Às 10:58 (de Brasília), o dólar à vista avançava 2,19%, a 4,7231 reais na venda.
O chair do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou na quinta-feira que um aumento de 0,5 ponto percentual nos juros estará "sobre a mesa" quando o Fed se reunir em maio, acrescentando que seria apropriado "agir um pouco mais rapidamente".
O comentário --que consolida a ampla expectativa de que o banco central norte-americano intensificará a dose de aperto monetário diante da inflação mais alta em quatro décadas-- levou o índice do dólar contra uma cesta de rivais fortes a tocar uma máxima em 25 meses nesta sexta-feira, enquanto várias divisas arriscadas pares do real, como rand sul-africano, dólar australiano e peso mexicano, caíam entre 0,7% e 1% no dia.
"A visão de que o Fed deve apertar o passo, que foi sustentada pelas autoridades mais hawkish no início, passou a ser amplamente aceita. Com isso, o mercado já precifica pelo menos três altas de meio ponto (nos juros) nas próximas reuniões", disse a XP (SA:XPBR31) em nota.
Juros mais altos nos EUA elevam a atratividade de se investir na extremamente segura renda fixa norte-americana, o que tende a aumentar o ingresso de recursos na maior economia do mundo e, consequentemente, beneficiar o dólar.
Enquanto isso no Brasil, investidores digeriam o noticiário político mais tenso.
Na véspera, feriado de Tiradentes que manteve os mercados locais fechados, o presidente Jair Bolsonaro anunciou um decreto concedendo perdão ao deputado Daniel Silveira por meio de uma "graça constitucional", um dia depois de o Supremo Tribunal Federal condenar o parlamentar pelos crimes de coação no curso do processo e atentado ao Estado Democrático de Direito. A medida, vista por muitos como uma afronta ao STF, tem potencial de abrir nova crise com a cúpula do Judiciário.
Fernando Bergallo, diretor de operações da assessoria de câmbio FB Capital disse acreditar que, embora "indesejável", a tensão política não está fazendo preço no mercado de câmbio local, que reflete principalmente os temores de juros mais altos nos Estados Unidos, e afirmou que o mercado já esperava alguma recuperação do dólar mesmo antes da escalada das tensões entre Bolsonaro e o STF.
Isso porque, na última sessão, na quarta-feira, a moeda norte-americana à vista fechou em queda de 1,03%, a 4,6186 reais na venda, maior desvalorização percentual desde 4 de abril. É comum, depois de oscilações expressivas, haver ajustes no preço da divisa.
O dólar estava a caminho de encerrar a semana, que teve os dias de negociações reduzidos pelo feriado da véspera, em leve alta, depois de fechar a última quinta-feira em 4,6966 reais. A semana passada também foi encurtada por feriado na sexta-feira.
Escrito por: Reuters
Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.