Dólar é pressionado ante real em meio a esperanças de vacina

Reuters

Publicado 14.09.2020 09:12

Atualizado 14.09.2020 10:20

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar registrava queda contra o real nesta segunda-feira, refletindo a melhora no sentimento internacional devido a esperanças sobre o desenvolvimento de uma vacina para a Covid-19, enquanto a inflação local continuava no foco dos investidores em semana de decisão de política monetária do Banco Central do Brasil e do Federal Reserve.

Às 10:16, o dólar recuava 0,44%, a 5,3094 reais na venda.

Na B3, o dólar futuro era negociado em queda de 0,38%, a 5,3035 reais.

"Expectativa pelo Fed e boas notícias na frente do combate ao coronavírus estabelecem um tom positivo para ativos de risco nesta segunda-feira", disse em nota o time econômico da Guide Investimentos.

As bolsas de valores europeias, os futuros de Wall Street e moedas emergentes pares do real, como peso mexicano e rand sul-africano, operavam em alta nesta manhã, refletindo a notícia de que os ensaios clínicos no Reino Unido com a vacina experimental da AstraZeneca contra a Covid-19, uma das mais avançadas em desenvolvimento, foram retomados.

Enquanto isso, a reunião desta semana do Federal Reserve será a primeira desde que o chair do banco central norte-americano, Jerome Powell, revelou uma mudança na política monetária norte-americana em direção a uma maior tolerância quanto à inflação, efetivamente prometendo manter os juros baixos por mais tempo.

No Brasil, as atenções continuavam na inflação, já que uma disparada recente no preço de alimentos básicos ressaltou o impacto dos patamares elevados da moeda norte-americana em relação ao real na economia mais ampla.

"Localmente, a inflação começa a dar sinais de pressão em resposta ao câmbio continuamente instável, (devido) ao trade-off que tal desvalorização oferece aos exportadores, reduzindo a oferta local de bens", escreveram analistas da Infinity Asset em nota, destacando "a distância considerável de nossa taxa de juros em vista aos nossos pares internacionais, além dos problemas fiscais dentro e fora da pandemia", como fator de pressão para a taxa de câmbio brasileira.