Dólar engata 6ª queda seguida e tem mínima desde abril em ajustes

Reuters

Publicado 27.05.2020 17:11

Atualizado 27.05.2020 17:45

Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar engatou a sexta queda consecutiva nesta quarta-feira, fechando no menor patamar desde meados de abril, com o real destoando dos principais pares emergentes e liderando ganhos nos mercados globais de câmbio conforme investidores seguiram desmontando posições em meio a ajustes de fim de mês.

O dólar à vista caiu 1,44%, a 5,2828 reais na venda. É o menor patamar desde 17 de abril (5,2359 reais). Em seis pregões, o dólar spot caiu 8,30%, maior queda para o período desde a série de seis sessões encerrada em 6 de janeiro de 2009 (-9,52%), quando o mundo tentava emergir do estouro da crise financeira no ano anterior.

Na mínima desta quarta, a cotação caiu 1,66% (para 5,2708 reais) e, na máxima, teve variação positiva de 0,03%, a 5,3616 reais.

Na B3, o dólar futuro recuava 1,31%, a 5,2865 reais, às 17h09.

Operadores citaram maior influência nos negócios de operações de rolagens de contratos futuros, típicas de fim de mês, num período em que também ganha força a "disputa" pela Ptax, com comprados e vendidos em dólar puxando a moeda para patamares mais convenientes a suas posições.

A taxa de rolagem entre os vencimentos junho e julho na B3 chegou a tocar 6,6 pontos nesta quarta-feira, bem abaixo de patamares em torno de 8 pontos marcados no mesmo período do mês passado. Na prática, menor taxa de rolagem indica menor demanda por manutenção de posições na moeda, o que pode indicar menor convicção em apostas favoráveis ao dólar.

Mantido o movimento atual, o dólar caminha para fechar maio em queda, o que seria o primeiro mês de baixa em 2020. A divisa acumula desvalorização de 2,85% em maio. Ante a máxima recorde nominal --de 5,9012 reais, alcançada no último dia 13--, a moeda tem depreciação de 10,48%.