Reuters
Publicado 09.05.2022 17:17
Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar engatou a terceira alta consecutiva e fechou o pregão no maior patamar em quase dois meses nesta segunda-feira, acima de 5,15 reais, com investidores começando mais uma semana em favor da moeda norte-americana, considerada porto seguro em tempos de inflação alta, juros para cima e risco de baixa econômica no mundo.
Numa clássica dinâmica de aversão a risco, as bolsas de valores tiveram fortes quedas, os juros dos títulos de países seguros caíram, assim como as commodities, enquanto moedas emergentes como o real perderam valor.
O dólar spot fechou em alta de 1,62%, a 5,1554 reais, máxima desde 15 de março (5,1584 reais).
Durante os negócios, a cotação foi a 5,1613 reais (+1,73%), maior preço intradiário também desde 15 de março.
O real sentiu o baque que aplacou vários pares. Um índice do JPMorgan (NYSE:JPM) para a classe de moedas emergentes também caiu por uma terceira sessão (cerca de 0,9%), para o patamar mais baixo desde meados de março.
Os catalisadores para o movimento da taxa de câmbio nesta segunda foram de forma geral os mesmos dos últimos dias. Com a inflação batendo recordes em todo o mundo, investidores temem que os bancos centrais das principais economias (sobretudo EUA) precisem subir mais rapidamente os juros.
Com o BC norte-americano na dianteira desse movimento, o dólar poderia ganhar ainda mais força, enquanto taxas mais elevadas de empréstimos teriam potencial de afetar o crédito e prejudicar uma retomada econômica já ameaçada por repetidos surtos de Covid-19 na China, voraz consumidora de matérias-primas e destino primeiro das exportações brasileiras e de outros países emergentes.
"A ação de preço e a elevada incerteza nos sugerem que, apesar da inflação alta, o retorno do dólar parece favorável em relação aos ativos financeiros de risco no momento", disseram estrategistas do Bank of America (NYSE:BAC) em relatório.
Em nota recente, o Commerzbank disse considerar que os níveis em torno de 4,60 reais por dólar vistos semanas atrás não são "justificáveis", em boa parte também pelas incertezas à frente com a eleição presidencial.
Com a turbulência externa dando a tônica mais recentemente nos preços do câmbio, a pauta local tem ficado mais à margem nas conversas pelas mesas de operações, a despeito de notícias sobre pressões por mais flexibilização nos gastos e medidas semelhantes.
Para Roberto Secemski, do Barclays (LON:BARC), e equipe, a reação tem sido mais silenciosa em parte porque discussões mais profundas sobre a sobrevivência do teto de gastos são esperadas para o segundo semestre de 2022, quando o debate eleitoral deverá estar mais aquecido. Estrategistas do banco veem a depreciação recente do real como superior à cotação sugerida pelos fundamentos e recomendam estrutura no mercado de derivativos que ganha com o dólar abaixo de 4,83 reais nos próximos dois meses.
"Escolhemos vencimento de dois meses uma vez que o processo eleitoral (no Brasil) e o jogo final do Fed ganharão foco no verão (no Hemisfério Norte) e podem trazer notícias de risco", disseram profissionais do banco.
(Por José de Castro; Edição de Isabel Versiani)
Escrito por: Reuters
Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.