Reuters
Publicado 06.07.2020 17:09
Atualizado 06.07.2020 17:40
Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em alta ante o real nesta segunda-feira, depois de chegar a cair mais de 1% no começo do pregão, com investidores buscando proteção na moeda dos EUA diante do menor custo de hedge no mercado doméstico.
O dólar subiu a despeito de um dia positivo nos mercados externos, embalados por otimismo com dados na China e nos Estados Unidos.
A cotação negociada no mercado interbancário teve alta de 0,59%, a 5,3521 a reais na venda, devolvendo a queda da sessão anterior.
A divisa oscilou entre baixa de 1,09%, para 5,2626 reais, e alta de 0,70%, a 5,358 reais.
Na B3, o dólar futuro ganhava 0,71%, a 5,3595 reais, às 17h11.
Operadores voltaram a citar o trade "compra de bolsa/compra de dólar" que deu a tônica nos vários meses recentes, já que o hedge via câmbio está mais barato com a Selic nas mínimas históricas. O Ibovespa fechou em alta de mais de 2% nesta segunda-feira (segundo dados preliminares), chegando a superar os 99 mil pontos, o que não ocorria desde março.
O juro baixo é visto como suporte à recuperação da atividade econômica, mas por outro lado torna o real uma moeda menos atrativa em relação a seus pares. A melhora da economia poderia fortalecer o balanço das empresas, elevando os preços das ações, mas o juro nas mínimas manteria o real sob pressão, especialmente diante do aumento de preocupações fiscais.
Veja gráficos das médias móveis de 200 dias do Ibovespa, do dólar e a taxa Selic. O Ibovespa e o dólar costumam andar em direções opostas, mas a partir do começo de 2018, quando o juro bateu mínimas, passaram a subir juntos.
Pesquisa Focus do Banco Central divulgada mais cedo mostrou estimativa de contração de 6,50% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Contudo, houve ligeira melhora em relação à taxa de -6,54% da semana passada. Ainda de acordo com a sondagem, o mercado espera dólar de 5,20 reais ao fim de 2020, pela mediana das projeções.
Na semana passada, o Itaú Unibanco piorou a estimativa para os déficits primários no Brasil em 2020 e 2021, citando despesas com auxílio emergencial neste ano e aumento de gastos sociais no ano que vem. O Itaú vê o dólar a 5,75 reais ao fim de 2020.
Mas mesmo o cenário para a economia, a despeito de dados recentes acima do esperado, segue turvo, por causa da pandemia. "Alguns elementos sugerem que o Brasil pode estar embarcando em um processo prematuro de abertura, aumentando os riscos de que o controle do surto de Covid-19 acabe demorando mais tempo. Isso implica riscos de queda para nossas previsões fiscais/de crescimento", disseram analistas do Citi em nota.
Uma economia mais fraca pressionaria os juros para baixo e desestimularia ingresso de capitais ao país, combinação que joga contra a taxa de câmbio.
Em nota, o Goldman Sachs disse estar "bullish" (otimista) com o peso mexicano na América Latina --e não citou o real.
O peso mexicano subia 0,2% nesta sessão.
Na véspera, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a falar sobre o combo juro baixo/câmbio desvalorizado como nova realidade para a economia brasileira.
Escrito por: Reuters
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