Dólar fecha estável com mercado digerindo ata do Fed

Reuters

Publicado 03.01.2024 17:09

Atualizado 03.01.2024 17:25

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou praticamente inalterado frente ao real nesta quarta-feira, com investidores digerindo a ata da última reunião do Federal Reserve, que mostrou as autoridades preocupadas tanto com os efeitos de uma política monetária restritiva demais quanto com a inflação de serviços.

A moeda norte-americana à vista teve variação positiva de 0,01%, a 4,9165 reais na venda, em parte refletindo uma pausa nas compras após salto de mais de 1% do dólar na véspera.

Na B3 (BVMF:B3SA3), às 17:07 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,11%, a 4,9360 reais.

A ata do Fed mostrou que as autoridades estão cada vez mais convencidas de que a inflação está ficando sob controle, com a diminuição de "riscos altistas" de inflação e crescente preocupação com os danos que uma política monetária "excessivamente restritiva" poderia causar à economia dos Estados Unidos.

Por outro lado, o documento não esclareceu quando os cortes nos juros poderiam começar, e as autoridades observaram "um grau excepcionalmente elevado de incerteza" sobre as perspectivas, com a possibilidade de novos aumentos nos custos de empréstimos.

"A balança pende para um comunicado ainda levemente duro frente ao que era esperado pelo mercado, uma vez que as projeções mais positivas para os próximos anos seguem sendo contrapostas por diversas pontuações acerca dos riscos que cercam o cenário base da instituição", avaliou Matheus Pizzani, economista da CM Capital.

"Apontar um possível início do processo de queda dos juros em um cenário como este se mostra uma tarefa difícil... o que abre espaço para eventuais surpresas para os investidores no decorrer do ano."

Os dois primeiros pregões de 2024 foram marcados por uma moderação nas apostas do mercado sobre o ciclo de afrouxamento do Fed, com ligeiras reduções nas expectativas de que o primeiro corte viria já em março.