Dólar fecha na máxima em 6 meses e fica a 1,4% de zerar perdas do ano

Reuters

Publicado 21.07.2022 17:12

Atualizado 21.07.2022 17:55

Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar fechou numa nova máxima em seis meses nesta quinta-feira, chegando a superar a barreira psicológica dos 5,50 reais, em meio à exibição de força da moeda norte-americana sobretudo em relação a pares emergentes, que têm sentido a pressão do aperto monetário em economias centrais.

O dólar à vista subiu 0,66%, para 5,4966 reais, maior valor desde 24 de janeiro (5,5070 reais).

Na máxima do dia, a cotação foi a 5,5160 reais, alta de 1,02%. Espelhando o vaivém, recuou 0,56% na mínima, para 5,4297 reais.

Com a valorização desta quinta, basta um aumento de 1,40% para o dólar zerar as perdas de 2022. Em 4 de abril, quando estava em 4,6075 reais, a divisa chegou a acumular queda de 17,33% no ano.

Desde então, disparou 19,30%, o que deixa o real com desvalorização alinhada à vista em moedas como peso colombiano, peso chileno, lira turca e rand sul-africano, alguns dos pares mais próximos da moeda brasileira. No mesmo intervalo, o dólar subiu 7,7% ante uma cesta de rivais de mercados desenvolvidos.

Os mercados emergentes em bloco têm sentido o baque do aperto monetário em economias como Estados Unidos, Reino Unido e, agora depois de 11 anos, zona do euro. Por isso, estão também em processo de elevação dos juros --África do Sul, México e Chile, por exemplo.

O Brasil, por outro lado, caminha para o fim do ciclo, o que pode deixar o real mais vulnerável.

"Sem dúvida a concorrência para o real aumenta", disse o gestor de um hedge fund em Nova York.

Embora concorde que o dólar possa estar "taticamente" em posição de venda contra o real --depois do rali recente e levando-se em conta os fundamentos externos do Brasil--, o profissional se mostra cético com uma recuperação sustentada da taxa de câmbio.