Dólar fecha pela primeira vez abaixo de R$ 5,00 desde junho de 2020

Estadão Conteúdo

Publicado 22.06.2021 14:50

Atualizado 22.06.2021 18:11

Dólar fecha pela primeira vez abaixo de R$ 5,00 desde junho de 2020

O dólar firmou queda ante o real nos negócios da tarde, testando os menores níveis em um ano, na casa dos R$ 4,96. Foi a primeira vez que a moeda americana encerrou um pregão abaixo de R$ 5,00 desde 10 de junho de 2020, quando terminou em R$ 4,93.

No fechamento, o dólar terminou a terça-feira em baixa de 1,13%, cotado em R$ 4,9661. No mercado futuro, o dólar para julho, que vence no próximo dia 1º, cedia 0,89%, a R$ 4,9730 às 17h33.

Uma confluência de fatores externos e internos ajudaram a retirar pressão do câmbio. Internamente, a sinalização na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), de que o ritmo de elevação da Selic já poderia ter se intensificado na reunião da semana passada levou instituições - como o Itaú (SA:ITUB4), o Bank of America e o ASA Investments - a aumentarem a aposta de juros mais altos pela frente no Brasil, o que torna o País mais atrativos para o capital externo.

Lá fora, a moeda norte-americana intensificou à tarde o ritmo de queda ante moedas fortes e alguns emergentes, com os juros longos também passando a recuar. O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, em depoimento no Congresso descartou alta de juros "preventiva" e afirmou que os fatores que pressionam a inflação perderão fôlego e o quadro deve se normalizar, sinalizando que não há pressa para elevar os juros.

Operadores observaram ingresso de capital no Brasil e vendas da moeda antecipando fluxo futuro, em meio a captações de empresas e busca de retorno por investidores. A XP deve fechar sua primeira emissão externa de títulos de dívida na quinta-feira, 24. O Banco Inter (SA:BIDI4) precifica sua oferta de ações, que pode bater em R$ 5,5 bilhões, também na quinta, enquanto a EcoRodovias define na tarde desta terça sua captação na B3 (SA:B3SA3), que pode chegar a R$ 2,2 bilhões. Estrangeiros tendem a participar com 30% a 40% destes montantes.

A analista de moedas do alemão Commerzbank, You-Na Park-Heger, ressalta que o real vêm sendo a moeda de emergente com melhor desempenho recente no mercado internacional, conseguindo se beneficiar da abordagem mais dura do Banco Central na elevação de juros. E nesta terça não foi diferente, com a ata reforçando a aposta de mais altas pela frente. Após a divulgação do documento, o Bank of America elevou a projeção da Selic de 6,5% para 7,0% para o fim de 2021. O banco americano espera duas elevações da taxa em 1 ponto porcentual, em agosto e setembro.

Nos negócios da manhã, havia um clima de maior cautela nos mercados internacionais e o DXY, que mede o dólar ante divisas fortes, subia, superando o nível de 92 pontos, nas máximas em algumas semanas ou meses ante moedas como o dólar canadense, ressalta o analista sênior de mercados do Western Union, Joe Manimbo. O bitcoin chegou a despencar 12% e os juros longos americanos tiveram altas. À tarde, este movimento se inverteu, o bitcoin passou a subir e os juros longos começaram a recuar, o que abriu espaço para o dólar cair abaixo de R$ 5,00.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações