Dólar emenda 2ª semana de queda e caminha para baixa recorde para novembro

Reuters

Publicado 27.11.2020 17:12

Atualizado 27.11.2020 17:40

Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar terminou em leve baixa ante o real nesta sexta-feira, ao fim de uma sessão em que alternou ganhos e perdas, em novo dia de fraqueza geral da divisa norte-americana diante de nova rodada de busca por risco respaldada na confiança na recuperação econômica global.

O dólar à vista caiu 0,19%, a 5,3261 reais na venda, após oscilar entre 5,381 reais (+0,84%) e 5,3209 reais (-0,29%).

Na semana, a cotação recuou 1,13%, engatando a segunda semana consecutiva de retração. Em novembro, o dólar cede 7,18% a caminho da maior queda mensal para o mês já registrada, mas ainda sobe 32,72% em 2020.

Na B3 (SA:B3SA3), o contrato de dólar futuro de prazo mais curto --que expira na próxima terça-feira-- caía 0,11%, a 5,3310 reais, às 17h27. O dólar futuro para janeiro 2021 --que será a referência ao longo de dezembro-- cedia 0,16%, a 5,3330 reais.

No exterior, o dólar caía 0,26%, para mínimas em quase três meses.

Apesar do vaivém ao longo da sessão, o sentimento positivo do mercado prevaleceu, sobretudo por causa de drivers externos, como progressos no desenvolvimento de vacinas para a Covid-19, sinais de retomada na economia chinesa, contínua alta nos preços das commodities e expectativa de farta liquidez nos EUA sob o governo Joe Biden.

"Uma perspectiva otimista sobre o avanço do mercado mundial de commodities dará sustentação adicional à economia brasileira", disse o DailyForex em nota. "A sequência descendente da retração de Fibonacci pode forçar uma ruptura do dólar abaixo de sua zona de suporte entre 5,2229 reais e 5,2850 reais. A próxima zona de suporte está entre 5,0151 reais e 5,0830 reais", completaram.

A alta das matérias-primas melhora os termos de troca do Brasil e beneficia o real, já que o país é exportador desses insumos. As commodities estão nas máximas desde o começo de março.

Depois de um período quebrada, a correlação entre o real e as matérias-primas voltou a ficar positiva, indicativo de que um contínuo movimento de alta nas commodities --num cenário de retomada global da economia e de sobra de liquidez-- pode alavancar também a moeda brasileira.

A despeito das avaliações de maneira geral favoráveis, alguns bancos ainda carregam cenário mais pessimista para o câmbio. O Société Générale (PA:SOGN), por exemplo, vê o dólar em alta de 8,90% ante o real de hoje até o fim de 2021, prevendo taxa de câmbio de 5,80 reais ao término do ano que vem. A cotação deverá fechar o primeiro trimestre de 2021 em 5,70 reais, nas contas do banco francês, que vê a América Latina com performance inferior a outras regiões.