Dólar oscila com exterior e dados locais, em meio a rolagens de fim de mês

Reuters

Publicado 28.01.2021 09:09

Atualizado 28.01.2021 12:05

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar oscilava com viés de alta no fim da manhã desta quinta-feira, depois de chegar a subir mais de 1% e cair 0,2%, acompanhando perda de fôlego da moeda norte-americana no exterior, enquanto investidores digeriam dados melhores sobre mercado de trabalho doméstico, desdobramentos políticos em Brasília e avanço da Covid-19 no Brasil.

A intensificação das rolagens de contratos futuros e opções, típicas de fim de mês, colaborava para a volatilidade do mercado.

Às 11:50, o dólar avançava 0,35%, a 5,4220 reais na venda, após tocar 5,4616 reais na máxima do dia, salto de 1,08%. Na mínima, a moeda marcou 5,3907 reais, queda de 0,23%.

Na B3 (SA:B3SA3), o contrato mais líquido de dólar futuro subia 0,10%, para 5,4195 reais.

No exterior, o índice do dólar frente a uma cesta de rivais caía 0,18%, depois de subir 0,23%. Peso mexicano e dólar australiano, divisas arriscadas pares do real, reduziam suas perdas contra a moeda dos EUA, enquanto lira turca e rand sul-africano avançavam.

A aparente melhora no apetite por risco internacional refletia-se também em Wall Street, que sofreu forte liquidação na véspera em meio a temores sobre a pandemia de coronavírus e percepção de valuations esticados --conceito que se relacionada com preços de ativos acima dos sugeridos pelos fundamentos.

Às 11:50 (horário de Brasília), o índice Dow Jones subia 1,09%, a 30.632 pontos, enquanto o S&P 500 ganhava 0,781173%, a 3.780 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançava 0,78%, a 13.375 pontos. Os rendimentos dos Treasuries operavam em alta.

No âmbito doméstico, estavam no foco dados econômicos. O Brasil tinha 14 milhões de desempregados no trimestre encerrado em novembro, mas a população ocupada aumentou. E em 2020 houve geração líquida de postos formais de trabalho, apesar da pandemia.

Já a pauta fiscal continuava sob os holofotes, em meio a incertezas sobre o respeito ao teto de gastos por parte do governo diante das fortes despesas geradas pela pandemia.

"Neste momento o governo está pressionado pela corrente política que deseja a reedição dos programas assistenciais, para os quais não existem fontes de financiamentos, mas este estado de coisas exerce pressão psicológica sugerindo descumprimento do teto orçamentário, o que (...) é negado pelo governo e provoca enormes ruídos, afetando as perspectivas negativas", explicou Sidnei Nehme, economista e diretor executivo da NGO Corretora.

Isso ocorre num contexto de forte disseminação da Covid-19 em meio a novas variantes mais infecciosas da doença, apesar do início da vacinação da população no Brasil.

Na quarta-feira, partidos da oposição --PT, PSB, PDT, PCdoB, PSOL e Rede-- protocolaram mais um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, denunciando-o por crime de responsabilidade na condução da saúde durante a pandemia de Covid-19.

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