Dólar supera R$5,13 com sentimento global frágil por crise na Ucrânia

Reuters

Publicado 25.02.2022 09:06

Atualizado 25.02.2022 11:16

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar subia nesta sexta-feira, depois de cair no começo do pregão, com investidores mantendo o prêmio de risco recém-adicionado na esteira da crise geopolítica agravada pela invasão russa sobre o território ucraniano.

Às 11h08 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,48%, a 5,1293 reais na venda. após oscilar entre 5,133 reais (+0,55%) e 5,0789 reais (-0,51%). A cotação chegou a operar na casa de 4,99 reais na quarta-feira.

Na B3 (SA:B3SA3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,15%, a 5,1205 reais.

Um índice de moedas emergentes subia 0,8% nesta manhã, depois de cair 1,8% na quinta, maior queda desde o início da pandemia de Covid-19. O rublo russo --um termômetro da crise geopolítica atual-- avançava 1,7%, após chegar a tombar quase 10% na sessão anterior.

Na véspera, o dólar saltou 2% no Brasil, mas ainda conseguiu fechar abaixo das máximas do dia, quando chegou a disparar mais de 3%, perdendo fôlego conforme as praças financeiras globais melhoraram o sinal na parte da tarde após o governo dos Estados Unidos anunciar sanções contra a Rússia percebidas como menos severas e sem maiores impactos ao setor de energia.

A temperatura na geopolítica, contudo, segue muito elevada.

Mísseis atingiram Kiev, a capital ucraniana, nesta sexta-feira, e famílias se esconderam em abrigos antiaéreos, enquanto forças russas forçavam seu avanço e autoridades disseram que estavam se preparando para um ataque com o objetivo de derrubar o governo.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas votará nesta sexta-feira um projeto de resolução que condenaria a Rússia por invadir a Ucrânia e exigiria que Moscou se retire imediata e incondicionalmente, mas a medida deve falhar porque Moscou pode vetar.

Estudo do Citi mostra que o real é a moeda latino-americana com maior beta (uma medida de sensibilidade) em relação ao rublo russo, o que em tese deixaria a moeda brasileira mais vulnerável a eventuais contágios da crise por lá.

Mas ao mesmo tempo eles notaram que as posições "compradas" em real --ou seja, que ganham com a valorização da divisa-- "normalizaram-se" desde as máximas deste ano, indicando que investidores locais não estão significativamente posicionados na moeda brasileira.