Dólar passa a recuar ante o real após compra do Credit Suisse e à espera de arcabouço

Reuters

Publicado 20.03.2023 09:28

Atualizado 20.03.2023 10:40

(Reuters) - O dólar à vista passou a registrar baixa ante o real na manhã desta segunda-feira, com os investidores de olho no cenário externo depois de o UBS (NYSE:UBS) nanunciar a compra do Credit Suisse (SIX:CSGN) por 3 bilhões de francos (3,2 bilhões de dólares) no fim de semana.

Internamente, as atenções se voltam para a definição do novo arcabouço fiscal, apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sexta-feira. A reunião da Junta Orçamentária para discutir o arcabouço, inicialmente prevista para esta segunda-feira, não foi confirmada pela Casa Civil, responsável pela data.

Às 10:36 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,32%, a 5,2546 reais na venda. Na B3 (BVMF:B3SA3), às 10:36 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,52%, a 5,2675 reais. O anúncio de compra do Credit Suisse pelo UBS no fim de semana trouxe a sensação de que, após os Estados Unidos, a Suíça também agiu rápido para evitar o espalhamento da crise bancária.

"O mercado está, neste início de semana, relativamente tranquilo com a questão do setor financeiro, primeiro pela atuação do Federal Reserve e, agora, pelo UBS juntamente com o banco central suíço, que estancaram a situação no Credit Suisse", comentou Cleber Alessie Machado, gerente da mesa de Derivativos da Financeiros da Commcor DTVM.

Após a atuação da Suíça, o mercado brasileiro de câmbio se volta agora para as decisões de política monetária da semana, nos Estados Unidos e no Brasil, ambas na próxima quarta-feira.

Uma das principais expectativas é sobre se o Fed manterá sua taxa básica de juros ou promoverá alta de 0,25 ponto percentual em sua decisão de política monetária. Se por um lado a inflação ainda preocupa, por outro existe o temor de que um aperto monetário poderá ser negativo neste momento de crise bancária.

No Brasil, a expectativa mediana do mercado, conforme o relatório Focus divulgado pelo Banco Central, é de manutenção da taxa básica de juros Selic em 13,75% ao ano nesta semana.

"Neste curto prazo, não parece que o Copom tenha alguma intenção de reduzir a Selic agora. Mas temos também a questão do arcabouço fiscal", lembrou Machado.

Ainda assim, a percepção é de que, ainda que o arcabouço seja divulgado pelo governo antes da reunião de quarta-feira do Copom, eventual corte da Selic ficaria mais para frente, quando o cenário fiscal estiver mais claro.