Dólar passa por ajuste e sobe ante o real após dados chineses decepcionarem

Reuters

Publicado 10.07.2023 17:08

Atualizado 10.07.2023 17:20

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - Após forte queda na sessão anterior, o dólar à vista teve um dia de ajustes nesta segunda-feira e fechou em alta ante o real, com investidores repercutindo dados fracos sobre a economia chinesa e à espera da divulgação de números de inflação no Brasil e nos EUA durante a semana.

O dólar hoje à vista fechou o dia cotado a 4,8828 reais na venda, com alta de 0,37%.

Na B3 (BVMF:B3SA3), às 17:12 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,14%, a 4,9015 reais.

Na última sexta-feira, a moeda norte-americana à vista cedeu mais de 1% ante o real, na esteira do otimismo após a aprovação na Câmara do projeto de reforma tributária.

Na manhã desta segunda, a moeda oscilou brevemente no território negativo, marcando a mínima da sessão, de 4,8540 reais (-0,23%), às 9h08, mas à tarde o viés positivo se sobrepôs, ainda que as cotações pouco se afastassem da estabilidade.

“Estamos de lado, porque não há nada que provoque mudança brusca nas taxas. Na sexta-feira o dólar caiu, então hoje se recupera um pouco”, pontuou Mário Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora.

Segundo ele, a expectativa da semana gira em torno dos dados de inflação a serem divulgados no Brasil na terça-feira e nos Estados Unidos na quarta-feira.

Na manhã desta segunda, porém, os mercados já repercutiam os números de inflação da China. O índice de preços ao produtor chinês caiu pelo nono mês consecutivo em junho, com baixa de 5,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, informou a Agência Nacional de Estatísticas. Foi a queda mais acentuada desde dezembro de 2015.

Já o índice de preços ao consumidor chinês permaneceu inalterado na comparação anual, de ganho de 0,2% observado em maio, impulsionado por uma queda mais rápida nos preços da carne suína. Isso frustrou a expectativa de alta de 0,2%.

Os números fracos da inflação chinesa reforçaram preocupações em torno da recuperação econômica do gigante asiático, importante comprador de commodities do Brasil. Isso ajudou a manter o real em baixa, dando certo suporte ao dólar.