Dólar perde força no comércio internacional de petróleo, segundo relatório do JPMorgan

Investing.com

Publicado 06.09.2023 15:04

Investing.com - Enquanto se discute a perda de influência do dólar no cenário internacional, analistas de um grande banco de Wall Street consideram que uma commodity já está começando a se afastar da moeda.

Em uma análise da correlação entre o dólar e os preços internacionais do petróleo, os analistas do JPMorgan (NYSE:JPM) alertaram, em um relatório divulgado na quinta-feira, que a importância da moeda americana pode diminuir em breve.

Natasha Kaneva, diretora de estratégia global de commodities do JPMorgan, afirmou no documento que “o dólar, um dos principais vetores dos preços globais do petróleo, parece estar perdendo sua poderosa influência de outrora”.

De acordo com dados do JPMorgan, entre 2005 e 2013, um aumento de 1% no dólar ponderado pelo comércio, que mede o valor da divisa dos EUA em relação a uma cesta de outras moedas estrangeiras, teria reduzido o preço do barril de Brent, referência internacional do petróleo, em cerca de 3%.

No entanto, os preços do Brent caíram apenas 0,2%, com um aumento de 1% no dólar ponderado pelo comércio entre 2014 e 2022, o que demonstraria que a influência da moeda americana sobre o comércio de commodities está diminuindo.

Essa tendência é atribuída ao aumento da negociação de petróleo em moedas que não são denominadas em dólares, como o iuan chinês, conforme indicado no relatório do JPMorgan.

A China, como principal compradora de energia, utilizou o iuan para a maioria das aquisições de petróleo russo no ano passado, de acordo com a Reuters em maio.

Além disso, o petróleo russo, sujeito a restrições comerciais internacionais, também está sendo vendido em moedas locais de países considerados “amigos” de Moscou.

Jahangir Aziz, diretor de pesquisa econômica de mercados emergentes do banco, afirmou no documento que, “no geral, observamos que a importância do dólar diminuiu significativamente entre 2014 e 2022”.

Ele enfatizou ainda que essa mudança não pode ser ignorada, mesmo que seja influenciada pela força da moeda americana após a pandemia e por tensões geopolíticas, como as sanções ocidentais à Rússia devido à invasão na Ucrânia, o que torna outros países cautelosos quanto às consequências de adotar uma postura contrária à de Washington.

Apesar dessa tendência, é importante notar que o dólar ainda mantém sua posição dominante, representando mais de 40% de uso geral no sistema de pagamentos Swift em julho de 2023, uma parcela muito superior ao euro (cerca de 25%) e ao iuan (cerca de 3%).

O JPMorgan prevê uma “dolarização marginal”, mas não espera uma mudança rápida, uma vez que o dólar ainda é amplamente utilizado no complexo sistema financeiro global.

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Os analistas do banco também consideram que uma “desdolarização parcial”, na qual o renminbi (iuan) chinês desempenha um papel maior em transações entre países não alinhados e parceiros comerciais da China, é uma possibilidade mais plausível, especialmente em meio a uma competição estratégica crescente.

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