Dólar reage a exterior benigno e tem maior queda desde fim de dezembro

Reuters

Publicado 17.01.2020 18:13

Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar teve nesta sexta-feira a maior queda percentual diária de 2020, com o bom humor externo após dados melhores da China abrindo espaço para uma correção de baixa apenas um dia depois de a cotação escalar para acima de 4,20 reais.

O ajuste de baixa foi potencializado pelo nível "esticado" do dólar, medido pelo índice de força relativa (IFR) de 14 dias, que na véspera alcançou 65,9, máxima desde o fim de novembro passado.

O indicador vai de zero a 100. Leituras próximas de 70 sugerem que um ativo (no caso, o dólar) está com excesso de valorização, o que aumenta a probabilidade de realização de lucros.

O dia já começou positivo com dados da China. A segunda maior economia do mundo teve em 2019 o crescimento anual mais lento em quase três décadas, mas a atividade ganhou ritmo no último trimestre do ano. "Considerando que o resultado é pré-acordo com os EUA, o pior parece ter ficado para trás", disse a XP em nota.

Outras moedas emergentes se valorizavam nesta sessão, com destaque para as latino-americanas, com peso mexicano, peso chileno e o real liderando os ganhos nos mercados globais de câmbio.

O dólar à vista fechou esta sexta em baixa de 0,63%, a 4,1648 reais na venda.

É a mais forte desvalorização desde 30 de dezembro do ano passado (-0,91%). Na véspera, a cotação bateu 4,2020 reais na venda, pico intradia desde 5 de dezembro de 2019.

Na B3, o dólar futuro de maior liquidez perdia 0,50%, a 4,1680 reais, nesta sessão.

As firmes altas dos últimos dias, porém, garantiram um dólar para cima nesta semana, período em que acumulou ganho de 1,73% --o mais forte desde a semana finda em 8 de novembro passado (+4,34%). É a terceira alta semanal consecutiva para o dólar, que em 2020 já se aprecia 3,79%, o que impõe ao real o pior desempenho entre 33 rivais.