Dólar tem instabilidade com exterior e tributação sobre combustíveis no radar

Reuters

Publicado 27.02.2023 09:26

Atualizado 27.02.2023 10:45

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar mostrava volatilidade frente ao real nesta segunda-feira, alternando estabilidade e queda, ora acompanhando a fraqueza da divisa norte-americana no exterior, ora refletindo incertezas domésticas em meio às discussões do governo sobre o retorno da tributação sobre combustíveis.

Às 10:27 (horário de Brasília), o dólar à vista tinha variação negativa de 0,01%, a 5,1981 reais na venda. Mais cedo, a divisa norte-americana chegou a cair 0,47%, a 5,1742 reais.

Na B3 (BVMF:B3SA3), às 10:27 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,31%, a 5,1990 reais.

O Ministério da Fazenda conta com o fim da desoneração sobre combustíveis, previsto para quarta-feira, sem nova prorrogação ou retorno gradual das cobranças, disseram à Reuters duas fontes que acompanham o tema, embora ainda receiem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tome decisão em sentido contrário nos próximos dias.

Segundo equipe da Guide Investimentos, caso esses temores se confirmem, "mais uma vez será a contragosto do ministro Haddad, minando sua autoridade". Indícios de que a visão econômica de Lula, vista como mais heterodoxa, se sobrepõe à de Haddad costumam prejudicar os ativos brasileiros.

Lula tem nesta segunda-feira reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o presidente da Petrobras (BVMF:PETR4), Jean Paul Prates.

A incerteza sobre a tributação de combustíveis "deveria fazer o dólar subir, porém o cenário externo acabou favorecendo a gente", explicou Evandro Caciano dos Santos, chefe de câmbio da Trace Finance.

O índice do dólar contra uma cesta de pares fortes caía cerca de 0,1% nesta manhã, enquanto as principais ações globais se recuperavam de perdas recentes.

Segundo investidores, esse movimento se deve a um ajuste de posições após piora do humor do mercado na semana passada, depois que dados de inflação norte-americanos desencadearam novos temores de mais aumentos de juros pelo Federal Reserve.