Dólar sai de mínimas ante real com exterior e fiscal no radar

Reuters

Publicado 27.01.2022 14:12

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar devolveu parte das amplas perdas registradas mais cedo frente ao real em meio a expectativas de juros mais altos no Brasil, com os investidores de olho na força global da divisa norte-americana e acompanhando o noticiário fiscal doméstico.

Às 14:02 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,17%, a 5,4293 reais na venda, já bem distante da mínima do dia, de 5,3538 reais (-1,56%).

Na B3 (SA:B3SA3), às 14:02 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,15%, a 5,4310 reais.

O dia registrava ampla força da divisa norte-americana, com o índice do dólar frente a uma cesta de pares fortes subindo 0,7% neste início de tarde, após ter tocado máximas desde meados de 2020 mais cedo.

Esse rali refletia apostas crescentes de que o Federal Reserve, o banco central norte-americano, elevará os juros mais vezes do que o inicialmente esperado pelos mercados ao longo de 2022. Agora, operadores já precificam até 5 altas de 0,25 ponto percentual cada nos custos dos empréstimos até o fim deste ano.

Juros mais altos nos EUA são, no geral, vistos como benéficos para o dólar e prejudiciais para moedas de países emergentes.

Além de fatores internacionais, repercutia nos mercados nesta quinta-feira a notícia de que o presidente Jair Bolsonaro anunciou reajuste de 33,24% para o piso salarial dos professores, decisão que desagrada prefeitos e governadores pelo temor de uma pressão nas contas públicas e um efeito de bola de neve entre as demais categorias.

Ainda na pauta fiscal, o Comitê Nacional de Política Fazendária (Confaz) aprovou, em reunião extraordinária realizada nesta quinta-feira, prorrogação até 31 de março do congelamento de ICMS que incide sobre combustíveis.