Dólar salta acima de R$5,30 com aversão global a risco e de olho em reta final das eleições

Reuters

Publicado 26.09.2022 09:08

Atualizado 26.09.2022 10:00

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar iniciava a semana com fortes ganhos, operando confortavelmente acima da marca de 5,30 reais em segunda-feira marcada por aversão a risco no exterior, enquanto, no Brasil, a reta final da corrida eleitoral colaborava para a cautela de investidores.

Às 9:51 (de Brasília), o dólar à vista avançava 1,02%, a 5,3017 reais na venda, depois de mais cedo chegar a subir 1,82%, a 5,3440 reais, nível que não era visto desde o dia 27 de julho.

Na B3 (BVMF:B3SA3), às 9:51 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,78%, a 5,3095 reais.

A moeda norte-americana subia pelo segundo pregão consecutivo, depois de fechar a última sessão em alta de 2,59%, a 5,2483 reais na venda, maior valorização diária desde 22 de abril (+4,07%) e maior patamar para encerramento desde o último dia 16 (5,2609 reais).

"Investidores ainda (estão) preocupados sobre a consequência que os apertos monetários dos grandes bancos centrais do mundo podem levar às economias, uma recessão", disse Jefferson Rugik, presidente-executivo da Correparti Corretora, notando o fortalecimento do dólar no exterior.

Um índice da divisa dos Estados Unidos contra uma cesta de seis pares fortes subia 0,4% nesta segunda-feira, quando renovou um pico em duas décadas. Ao mesmo tempo, o dólar operava em alta contra todas as principais moedas de países emergentes ou ligadas às commodities.

O real dividia com o peso chileno a posição de pior desempenho global no dia.

Investidores têm fugido rapidamente de ativos considerados arriscados nos últimos dias, principalmente desde que o Federal Reserve subiu sua taxa de juros em 0,75 ponto percentual pela terceira vez seguida na quarta-feira passada e projetou uma trajetória de aperto monetário mais agressiva do que o inicialmente esperado pelos mercados.

Juros mais altos nos EUA beneficiam o dólar ao tornar os retornos da renda fixa norte-americana mais interessantes para o capital estrangeiro, e também têm desencadeado temores de recessão, já que tendem a restringir os gastos de empresas e famílias.