Dólar sobe 1,68% no dia com exterior e fiscal, fechando agosto com alta de 4,69%

Estadão Conteúdo

Publicado 31.08.2023 14:57

Atualizado 01.09.2023 18:10

Dólar sobe 1,68% no dia com exterior e fiscal, fechando agosto com alta de 4,69%

O dólar à vista encerrou a sessão desta quinta-feira, 31, em alta de 1,68%, cotado a R$ 4,9511 com máxima a R$ 4,9601 pela manhã. À onda de valorização da moeda norte-americana no exterior, em especial em relação a divisas emergentes, somou-se o aumento da percepção de risco fiscal em dia de apresentação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024.

Analistas comentam que é grande o ceticismo no mercado financeiro em torno da possibilidade de o governo cumprir a meta de zerar o déficit primário no ano que vem, dada a necessidade de ampliar a receita bruta em R$ 168 bilhões, segundo estimativas oficiais.

Operadores notam que houve fatores técnicos que ajudaram a turbinar o dólar nesta quinta, como a disputa pela formação da última taxa ptax de agosto, pela manhã e início da tarde, e a rolagem de posições no segmento futuro na virada do mês. O contrato de dólar futuro para outubro apresentou giro forte, movimentando mais de US$ 18 bilhões. Com a arrancada nesta quinta, o dólar à vista sobe 1,55% na semana e 4,69% em agosto. No ano, a divisa ainda perde 6,23%.

Lá fora, os principais pares do real, à exceção do peso colombiano, também apresentaram perdas em relação ao dólar. Peso mexicano recuava mais de 1,80% no fim da tarde, ao passo que o peso chileno tinha baixa mais modesta, ao redor de 0,20%.

Termômetro do comportamento do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, o índice DXY operou em alta firme, e voltou a superar os 103, 500 pontos, em meio ao enfraquecimento do euro. Em sua ata, o Banco Central Europeu (BCE) deixou a porta aberta para eventual pausa no aperto monetário em setembro. Nos EUA, tanto o índice de preços de gastos com consumo (PCE) quanto seu núcleo vieram em linha com o esperado, revelando aceleração da inflação na comparação anual. Já o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial superou as expectativas.

"Hoje foi um dia de dólar forte no mundo mesmo. Foi mais o mercado de juros no Brasil que voltou a sofrer com as preocupações fiscais", afirma o diretor de investimentos da Alphatree Capital, Rodrigo Jolig, que ainda mantém uma visão construtiva para a moeda brasileira. "As taxas dos Treasuries estão caindo e as bolsas americanas seguem fortes. O ambiente de risco me parece ok. Obviamente estou um pouco mais cauteloso. Se o mercado resolver ficar pessimista mesmo com o fiscal, tudo pode piorar, inclusive o real."

Nas mesas de operações, pairam dúvidas sobre a capacidade do governo de zerar o déficit em 2024, uma vez que não há perspectiva de cortes de gastos. Na quarta-feira, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto que prorroga a desoneração da folha de pagamentos e reduz a contribuição previdenciária de municípios, o que tende a drenar alguns bilhões dos cofres públicos. De outro lado, o Senado aprovou a volta do voto de qualidade no âmbito do Carf, uma das principais apostas da Fazenda para ampliar a arrecadação.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

"O mercado local tem incorporado aos preços dos ativos a percepção de maior risco fiscal, tendo em vista as dificuldades do governo em ajustar receitas e despesas a fim de entregar déficit primário nulo em 2024 ou, pelo menos, sinalizar trajetória mais benigna para as contas públicas", afirma o economista-chefe do Banco Pine (BVMF:PINE4), Cristiano Oliveira.

Em apresentação do PLOA à tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o potencial de arrecadação com o projeto de lei do Carf é "muito maior do que o mercado estima". Na quarta, o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) mostrou que o PL do Carf traria receitas adicionais de R$ 54,7 bilhões em 2024, um terço do necessário para zerar o déficit no ano que vem.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, esclareceu que as medidas para arrecadar R$ 168 bilhões em 2023 consideram também receitas compartilhadas com Estados e municípios. A parcela do governo federal é de R$ 124 bilhões, próximo do ventilado inicialmente pela Fazenda. "Não houve aumento de despesas por parte da União. Para garantir os gastos públicos igualmente a 2023, eu preciso de R$ 124 bilhões", afirmou.

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações