Dólar sobe 2% e caminha para 3° ganho semanal consecutivo ante real com exterior cauteloso

Reuters

Publicado 26.06.2020 09:13

Atualizado 26.06.2020 10:15

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar acelerava a alta em relação ao real nesta sexta-feira, aproximando-se da marca de 5,45 reais e caminhando para seu terceiro ganho semanal consecutivo em meio à cautela no exterior devido a temores sobre uma segunda onda de coronavírus.

Às 10:11, o dólar avançava 1,85%, a 5,4264 reais na venda. Na máxima da sessão, o dólar saltou a 5,4430 reais, maior nível desde o final de maio.

O principal contrato de dólar futuro subia 1,46%, a 5,4345 reais.

Esta foi uma semana turbulenta para ativos arriscados, uma vez que temores sobre uma segunda onda de Covid-19, que poderia forçar a retomada de medidas de contenção economicamente prejudiciais, elevavam a cautela dos investidores.

"A avaliação da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, de que provavelmente o pior da crise ficou para trás levou os negócios na Europa ao campo positivo. Contudo, no restante do mundo, predomina o sentimento de cautela com o avanço do número de casos, especialmente nos EUA", disseram analistas do Bradesco (SA:BBDC4) em nota.

Lagarde disse nesta sexta-feira que a zona do euro "provavelmente superou" o pior da crise econômica causada pela pandemia de coronavírus, mas a recuperação será irregular.

No exterior, refletindo movimentos de aversão a risco, o dólar ganhava contra os principais pares do real, como peso mexicano, lira turca, rand sul-africano e dólar australiano.

Roberto Motta, responsável pela mesa de futuros da Genial Investimentos, destacou em live desta sexta-feira a volatilidade do real ante o dólar nas últimas sessões, que tem superado a de seus pares emergentes, e disse que é uma questão que deve ser abordada pelo Banco Central.

A autarquia tem marcado sua presença nos mercados com leilões de swap tradicional, e na véspera vendeu 750 milhões de dólares em leilão com compromisso de recompra, mas muitos analistas pensam que essas medidas têm impacto limitado sobre os mercados de câmbio.