Dólar sobe a quase R$5 antes de reunião do Fed

Reuters

Publicado 15.03.2024 17:11

Atualizado 15.03.2024 17:35

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subiu frente ao real nesta sexta-feira, acumulando ganhos na semana e ficando a pouca distância de fechar acima dos 5 reais, depois que dados norte-americanos recentes impuseram um clima cauteloso antes da reunião de política monetária do Federal Reserve da semana que vem.

A moeda norte-americana à vista fechou em alta de 0,22%, a 4,9986 reais na venda, depois de ter chegado a superar os 5 reais nas máximas do pregão. Na semana, o dólar acumulou alta de 0,34%.

Boa parte desses ganhos veio depois que dados mostraram na quinta-feira que o índice de preços ao produtor para a demanda final dos EUA subiu mais do que o esperado em fevereiro, enquanto as vendas no varejo subiram menos do que o esperado, mas ainda representaram uma aceleração frente ao mês anterior.

"Os dados divulgados têm um impacto direto na forma como o mercado interpreta o comportamento do Federal Reserve e quando se dará o início do corte de juros... prejudicaram a confiança nas perspectivas de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve este ano", disse Bruno Nascimento, analista da B&T Câmbio.

"Para finalizar a semana, nos resta aguardar a Superquarta."

O Federal Reserve encerrará na quarta-feira que vem sua reunião de política monetária de dois dias, e a expectativa predominante segue sendo de que o Fed manterá sua taxa básica inalterada até um primeiro corte em junho, embora os dados da véspera tenham levado alguns operadores a adiar as apostas para o início do afrouxamento monetário.

O Citi disse em relatório nesta sexta-feira que, após os dados de inflação ao produtor norte-americano mais elevados, aumentou o risco de o Fed alterar as projeções para um eventual ciclo de corte de juros. No entanto, "para dividas de mercados emergentes, o ambiente global continua favorável ao 'carrego', e continuamos negociando os ativos de alto rendimento da América Latina no lado comprado", disseram economistas do banco em relatório.