Dólar sobe ante real após dados da China e de olho na política monetária

Reuters

Publicado 17.07.2023 09:17

Atualizado 17.07.2023 10:40

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar hoje tinha alta frente ao real nesta segunda-feira, com investidores repercutindo dados econômicos decepcionantes da China enquanto seguem à espera das próximas decisões de política monetária de bancos centrais.

Às 10:17 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,59%, a 4,8235 reais na venda.

Na B3 (BVMF:B3SA3), às 10:17 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,65%, a 4,8360 reais.

"Os mercados estão ensaiando um começo de semana mais negativo, à medida que as preocupações com a economia lenta da China crescem", disse equipe da Guide Investimentos em nota a clientes.

A economia da China cresceu a um ritmo frágil no segundo trimestre, uma vez que a demanda enfraqueceu no país e no exterior, com o ímpeto pós-Covid perdendo força rapidamente e aumentando a pressão sobre as autoridades para fornecer mais estímulos.

O Produto Interno Bruto cresceu apenas 0,8% entre abril e junho em relação ao trimestre anterior, em uma base com ajuste sazonal. A expectativa de analistas em uma pesquisa da Reuters era de expansão de 0,5%, depois de um crescimento de 2,2% no primeiro trimestre.

Na comparação anual, o PIB cresceu 6,3% no segundo trimestre, ante 4,5% nos três primeiros meses do ano, mas a taxa ficou bem abaixo da previsão de 7,3%.

Na esteira dos dados, os preços de commodities importantes, como o petróleo, registravam perdas acentuadas, enquanto o dólar rondava a estabilidade contra uma cesta de moedas.

Enquanto isso, operadores seguem na expectativa pela reunião de política monetária do Federal Reserve do final deste mês, depois que sinais de arrefecimento da inflação nos Estados Unidos reduziram temores sobre a postura do banco central.

"Acreditamos que o Fed irá subir a taxa de juros em julho; no entanto, outro aumento depois disso dependerá dos indicadores relativos à inflação e à atividade econômica, embora seja improvável no momento", disse Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury.

"Com o ciclo de aumentos do Fed chegando ao fim, o cenário torna-se mais favorável para a nossa opinião de que as moedas dos mercados emergentes ainda tenham potencial significativo de valorização."

No Brasil, o Banco Central indicou na ata de sua última reunião que pode começar a cortar juros em agosto caso se mantenha cenário de arrefecimento da inflação. A taxa Selic está atualmente em 13,75%, nível elevado que tem beneficiado o real ao impulsionar a atratividade do mercado de títulos, mas alguns especialistas argumentam que a reversão do cenário de aperto monetário pode não afetar tanto a moeda local.