Reuters
Publicado 18.01.2022 09:11
Atualizado 18.01.2022 11:35
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) -O dólar passou a cair nesta terça-feira, saindo de máximas acima de 5,55 reais alcançadas mais cedo, em meio a receios domésticos sobre protestos de servidores públicos e à força da moeda norte-americana no exterior.
Às 11:18 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,17%, a 5,5176 reais na venda, depois de avançar 0,45% na máxima do dia, a 5,5521 reais na venda. Na mínima, a divisa caiu 0,40%, a 5,5052 reais.
Na B3 (SA:B3SA3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,03%, a 5,5335 reais.
Alexandre Netto, chefe de câmbio da Acqua-Vero Investimentos, disse à Reuters não ver notícias específicas como responsáveis por essa movimentação, caracterizando a baixa do dólar à vista como um "fluxo de entrada" pontual, apesar da cautela em relação a protestos do funcionalismo.
Com o prazo para sanção do Orçamento de 2022 pelo presidente Jair Bolsonaro perto do fim, várias categorias de servidores públicos federais promovem nesta terça-feira manifestações nas ruas de Brasília e paralisação de atividades, em movimento para pressionar o governo a liberar reajustes salariais.
Os atos somam-se ao movimento de carreiras que estão entregando cargos de chefia e limitando a prestação de serviços.
"Temos argumentado aqui que esse é o risco fiscal mais importante no curto prazo", disseram especialistas da XP (SA:XPBR31) em nota matinal. "Cada 1 ponto percentual de aumento salarial representa 3 bilhões de reais em despesas obrigatórias adicionais no próximo ano."
O receio dos mercados é de que eventuais aumentos salariais abalem ainda mais a credibilidade fiscal do país, chacoalhada no ano passado pela promulgação da PEC dos Precatórios, que alterou a regra do teto de gastos para permitir o financiamento de mais despesas do governo.
Enquanto isso, no exterior, o índice do dólar frente a uma cesta de seis rivais fortes subia 0,3% nesta terça-feira, refletindo a alta nos rendimentos dos Treasuries, os títulos soberanos norte-americanos.
A taxa de dez anos --referência global para decisões de investimento-- chegou a tocar uma máxima em dois anos mais cedo, e era negociada confortavelmente acima do patamar de 1,8%.
Já o rendimento do Treasury de dois anos, que reflete expectativas de curto prazo para os juros básicos nos EUA, superou 1% pela primeira vez desde fevereiro de 2020 nesta terça-feira.
Essa movimentação refletia, segundo participantes do mercado, aumento nas apostas de que o banco central norte-americano será mais duro no combate à inflação ao longo de 2022. Contratos futuros de juros precificam quatro elevações nos custos dos empréstimos neste ano na maior economia do mundo, com início desse ciclo já em março.
Juros mais altos nos EUA tendem a tornar a renda fixa de mercados emergentes --com maior rendimento, porém mais arriscada-- menos atraente para investidores estrangeiros.
O dólar spot fechou a última sessão em alta de 0,26%, a 5,5271 reais.
(Edição de José de Castro)
Escrito por: Reuters
Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.