Dólar supera R$4,22 e caminha para novo recorde histórico atento a BC e exterior

Reuters

Publicado 19.11.2019 12:35

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar voltava a subir frente ao real nesta terça-feira, superando 4,22 reais e a caminho de novo recorde histórico para um fechamento, conforme o mercado analisava o cenário para fluxos até o fim do ano e a postura do Banco Central diante da série de valorização da moeda.

Às 12:32, o dólar avançava 0,22%, a 4,2155 reais na venda. Na máxima, foi aos 4,2203 reais na venda (+0,34%), e desceu a 4,1870 reais na mínima do dia (-0,45%).

O dólar à vista fechou numa máxima recorde de 4,2061 reais na venda na segunda-feira, com alta de 0,30%, em meio ao pessimismo sobre um acordo preliminar entre EUA e China.

Na B3, o dólar futuro de maior liquidez registrava variação negativa de 0,02%, a 4,2175 reais.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, atribuiu nesta terça-feira parte da valorização do dólar à queda da curva longa de juros, o que, segundo ele, faz com que algumas empresas optem por carregar dívida local em vez de externa.

Campos Neto destacou que o que importa para o BC é como o câmbio afeta a inflação, o que, de acordo com ele, ainda não ocorreu, mas se acontecer "é outra história".

O BC anunciou há pouco que ofertará até 785 milhões de dólares em moeda spot na quinta-feira, dia em que também disponibilizará até 15.700 contrato de swap cambial reverso e também 15.700 contratos de swap tradicional para rolagem do vencimento janeiro 2020.

Mais cedo, o BC havia cancelado operações anunciadas para esta terça, devido ao feriado de quarta-feira em São Paulo pelo Dia da Consciência Negra. O BC comunicou ainda que na quarta-feira não haverá oferta simultânea de dólar à vista e de contratos de swaps. "Os volumes que seriam ofertados nesses dias serão distribuídos nos demais dias úteis do mês", disse.

A retórica comercial, responsável pela alta do dia anterior, era mais uma vez o centro das atenções nos mercados, com os investidores à espera de novos acontecimentos na prolongada disputa entre as duas maiores economias do mundo.

"Essa incerteza em relação ao futuro e as várias estimativas mostrando o menor crescimento da economia global devido à disputa pioraram o sentimento", explicou Denilson Alencastro, economista-chefe da Geral Asset.

Com o dólar em níveis recordes, as atenções também se voltam para o Banco Central, com investidores em busca de pistas sobre sua atuação frente à superação dos 4,20 reais, considerado por muitos como um patamar de resistência da moeda.