Reuters
Publicado 21.02.2020 11:12
Atualizado 21.02.2020 12:57
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar virou e passava a operar em queda ante o real nesta sexta-feira, com operadores realizando parte dos lucros com a recente alta depois de a moeda superar a barreira de 4,40 reais pela primeira vez nesta manhã, influenciada por um dia mais negativo no exterior.
Analistas chamavam atenção para uma menor convicção do mercado na ponta de compra de dólar com a cotação escalando à faixa de 4,40 reais, com esse movimento aumentando chances de alguma intervenção extraordinária do Banco Central.
"O BC pode intervir para limitar rupturas financeiras, mas não deve alterar o curso do real dado o cenário para o câmbio global", disse o JPMorgan em relatório recente. "O real pode experimentar fortes movimentos dependendo da evolução do coronavírus e do sentimento em relação a isso", acrescentou o banco norte-americano.
O dólar alcançou uma máxima histórica de 4,4073 reais na venda logo no começo do pregão desta sexta. Desde então, contudo, a moeda passou a perder vigor.
Às 12:56, o dólar recuava 0,26%, a 4,3801 reais na venda.
Antes de passar a cair, o dólar caminhava para a quinta sessão consecutiva de alta e, mesmo com o alívio desta sexta, acumula ganhos acima de 9% em 2020, em meio à recente onda de aversão a risco nos mercados globais, a evidências de uma economia brasileira ainda em ritmo lento e a persistentes expectativas de quedas de juros locais.
Na semana, a cotação ainda sobe 1,8%, depois de se valorizar cerca de 2% na semana passada.
Segundo Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, esse clima de cautela gereneralizado segue como resultado das dúvidas dos investidores em relação ao surto de coronavírus na China, segunda maior economia do mundo e agente de peso no comércio internacional.
Temerosos sobre o impacto do surto na atividade econômica, agentes do mercado passam a vender divisas mais arriscadas, o que, nesta sexta-feira, impulsionava o dólar contra lira turca, peso mexicano e dólar australiano. Ao mesmo tempo, o iene japonês, considerado um bom abrigo em tempos de estresse geopolítico, econômico e social, subia contra a moeda dos EUA.
Mas fatores domésticos também vêm pressionado o real.
"O ruído sobre o (ministro da Economia, Paulo) Guedes deixar o governo está pesando para que investidores revaliem sua posição aqui", disse Galhardo. "Além disso, voltou a falar que câmbio é flutuante e deve ficar desvalorizado."
O ministro da Economia, Paulo Guedes, reiterou na quinta-feira sua avaliação de que o patamar do dólar deve ser mais alto conforme os juros de equilíbrio caem, o mais recente de uma série de comentários sobre a atual dinâmica do câmbio.
Galhardo vê o dólar mais próximo de 4,50 reais, mas ponderou que uma atuação do Banco Central "pode mudar isso".
Na semana passada, a disparada do dólar levou o BC a realizar leilão extraordinário de swaps, atitude que ajudou o real a se recuperar momentaneamente na quinta e sexta. Desde então, porém, o BC não voltou a intervir sem aviso prévio e tem se limitado a realizar operações diárias de rolagem de swap cambial.
O BC vendeu todos os 13 mil contratos de swap cambial ofertados em leilão de rolagem nesta sexta.
Apesar da alta recente do dólar a recordes, não tem havido sinais de disfuncionalidades no cupom cambial, segundo a Commcor.
Veja gráfico intradia nesta sexta-feira do dólar no Brasil e do índice do dólar contra uma cesta de moedas:
O cupom cambial é uma taxa de juros em dólar tida como uma medida das condições de liquidez. A taxa do primeiro vencimento está em 2,28% ao ano, em linha com patamares recentes e em queda ante os 2,35% do fechamento da véspera.
Na quinta-feira, o dólar à vista encerrou na máxima recorde para fechamento de 4,3916, após alta de 0,59%.
O Banco Central ofertará neste pregão até 13 mil contratos de swap cambial tradicional com vencimento em agosto, outubro e dezembro de 2020, para rolagem de contratos já existentes.
Escrito por: Reuters
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