Dólar tem baixa firme ante real com ajuste técnico e otimismo no exterior

Reuters

Publicado 01.06.2023 17:26

Atualizado 01.06.2023 17:50

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - Após três altas consecutivas, o dólar à vista fechou em baixa firme ante o real nesta quinta-feira, com investidores ajustando posições depois da forte pressão técnica vista na véspera e em função do otimismo no exterior, na esteira do avanço na Câmara dos Estados Unidos do projeto que suspende o teto da dívida do governo.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0069 reais na venda, com baixa de 1,29%. Foi o maior recuo percentual desde 27 de abril, quando havia caído 1,56% em um único dia.

Na B3 (BVMF:B3SA3), às 17:39 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,94%, a 5,0375 reais.

O dólar oscilou em baixa ante o real durante toda esta quinta-feira.

Em parte, as cotações recuavam em meio a um ajuste de posições de alguns agentes no mercado futuro, após os investidores comprados (posicionados na alta do dólar) terem impulsionado os preços na quarta-feira, para formação da Ptaxde fim de mês.

Além disso, a queda no Brasil estava em sintonia com o recuo do dólar ante outras divisas no exterior, em função do otimismo após a aprovação na Câmara dos EUA do projeto de lei que suspende o teto da dívida de 31,4 trilhões de dólares.

A proposta foi aprovada com o apoio da maioria de democratas e republicanos e agora seguirá para o Senado, que deve promulgar a medida antes do prazo final de segunda-feira, quando o governo deve ficar sem dinheiro para pagar suas contas.

“Assim que se resolveu nos EUA o acordo do teto da dívida, os juros norte-americanos de curto prazo caíram. Isso porque muito provavelmente o Federal Reserve não vai mais subir os juros”, pontuou José Faria Júnior, diretor da consultoria Wagner Investimentos.

De fato, no fim da tarde os títulos públicos norte-americanos precificavam cerca de 71% de chances de o Fed manter sua taxa básica na faixa de 5,00% a 5,25% ao ano em sua reunião de junho. A probabilidade de elevação de 0,25 ponto percentual estava precificada em cerca de 29%.

“Houve uma mudança completa da precificação do Fed. O mercado está convencido de que a instituição não vai subir os juros. No Brasil, passada a Ptax e com a reprecificação sobre o Fed no exterior, é natural o dólar cair”, acrescentou Faria Júnior.

Esta queda do dólar à vista no Brasil esteve em sintonia com o recuo da moeda norte-americana ante outras divisas de emergentes ou exportadores de commodities, como o dólar australiano, o peso mexicano e o peso chileno.

Às 17:39 (de Brasília), o índice do dólar --que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas-- caía 0,58%, a 103,550.

No Brasil, pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de julho.

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