Dólar tem leve alta ante real com tramitação da reforma tributária e ata do Fed em foco

Reuters

Publicado 05.07.2023 09:08

Atualizado 05.07.2023 10:35

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar tinha leve alta frente ao real logo nesta quarta-feira, conforme investidores aguardavam a publicação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, de olho ainda na tramitação de uma série de pautas econômicas brasileiras, incluindo a reforma tributária, na Câmara dos Deputados.

Às 10:33 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,16%, a 4,8474 reais na venda.

Na B3 (BVMF:B3SA3), às 10:33 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,06%, a 4,8690 reais.

Segundo Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos, a alta do dólar era estimulada em parte por questões políticas internas em meio aos esforços da Câmara dos Deputados para votar uma série de projetos econômicos, incluindo a reforma tributária.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), reiterou nesta quarta-feira sua intenção de votar na Casa a reforma tributária, a proposta que retoma o voto de qualidade do governo no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e o novo marco fiscal até sexta-feira. No entanto, a resistência de parte do Congresso ao avanço dessas pautas tem levantado preocupações no mercado.

"(A reforma tributária) está sendo empurrada para que tentem votar até sexta-feira, mas eu acho que isso não deve acontecer, o que não é bom para o desempenho do real perante o dólar", alertou Avallone.

Ele chamou a atenção ainda para expectativas pela divulgação da ata do último encontro de política monetária do Federal Reserve, às 15h desta quarta-feira, que pode oferecer detalhes sobre a intenção das autoridades do banco central dos Estados Unidos de elevar os custos dos empréstimos em 0,25 ponto percentual mais duas vezes este ano.

"(A ata) pode dar grandes indícios do que vai acontecer com a com a taxa de juros americana", disse Avallone, acrescentando que a divulgação, na sexta-feira, de um importante relatório de empregos dos EUA pode "reforçar ou não esse aumento gradual (dos juros), dependendo de como vier".