Dólar tem alta com cautela sobre dívida dos EUA; mercado digere IPCA-15

Reuters

Publicado 25.05.2023 09:08

Atualizado 25.05.2023 09:56

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subia frente ao real nesta quinta-feira, seguindo a alta da divisa norte-americana no exterior após a agência de classificação de risco Fitch ter adotado perspectiva negativa para a nota de crédito dos Estados Unidos, conforme se aproxima o prazo para governo e Congresso chegarem a um acordo para elevar o teto da dívida do país antes de um calote catastrófico.

Enquanto isso, no Brasil, investidores digeriam alta menor do que a esperada do IPCA-15 em maio.

Às 9:47 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,62%, a 4,9843 reais na venda.

Na B3 (BVMF:B3SA3), às 9:47 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,45%, a 4,9885 reais.

Essa alta estava em linha com o avanço de 0,30% do índice que compara a divisa norte-americana a uma cesta de pares fortes.

"Mercados operam com cautela, com impasse sobre dívida americana ainda no radar", disse o departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco (BVMF:BBDC4) em relatório. "A dificuldade do Congresso norte-americano de chegar em um consenso sobre o teto da dívida aumenta o risco de que o governo não consiga fazer o pagamento de alguns compromissos."

Negociadores do presidente norte-americano, Joe Biden, um democrata, e o líder dos republicanos no Congresso dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, conduziram o que os dois lados chamaram de negociações produtivas na quarta-feira.

No entanto, a agência de classificação de risco Fitch colocou uma perspectiva negativa para a nota de crédito dos Estados Unidos, que é "AAA", citando as crescentes disputas políticas em torno do teto de dívida do país, o que elevou os custos de empréstimo de curto prazo dos EUA para mais de 7%.

O dólar, a moeda de reserva do mundo, é sempre um dos ativos mais procurados por investidores em tempos de incerteza econômica. Um calote nos Estados Unidos provavelmente causaria estragos financeiros e econômicos a nível global, dada a posição central dos EUA nos mercados internacionais, dizem especialistas.