Dólar passa a subir após dados fortes dos EUA e de olho no Oriente Médio

Reuters

Publicado 17.10.2023 09:18

Atualizado 17.10.2023 10:36

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar subia frente ao real nesta terça-feira, acompanhando recuperação da divisa norte-americana no exterior após dados mais fortes do que o esperado dos Estados Unidos, enquanto investidores monitoram a guerra no Oriente Médio e aguardam por falas do chair do Federal Reserve, Jerome Powell.

Às 10h29 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,51%, a 5,0626 reais na venda. Na B3 (BVMF:B3SA3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,47%, a 5,0730 reais.

"(O dólar) virou acompanhando o movimento lá fora - índice do dólar se fortalecendo após novos dados dos EUA apoiando juros altos por lá", explicou Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

O índice do dólar - que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas - subia 0,16%, a 106,430.

Dados divulgados mais cedo mostraram que as vendas no varejo dos Estados Unidos aumentaram mais do que o esperado em setembro, à medida que as famílias aceleraram as compras de veículos e gastaram mais em restaurantes e bares, sugerindo que a economia encerrou o terceiro trimestre com força.

Num geral, leituras que mostram resiliência da atividade costumam impulsionar apostas em juros mais altos por mais tempo, uma vez que é preciso restringir a economia para controlar a inflação. Custos de empréstimo elevados nos EUA, por sua vez, costumam redirecionar investimentos de mercados emergentes para o seguro mercado de renda fixa norte-americano.

Nesse contexto, o mercado aguarda discurso do chair do Fed, Jerome Powell, agendado para quinta-feira, que pode oferecer mais pistas sobre a trajetória de política monetária.

Além disso, "ainda há a pauta do conflito no Oriente Médio permeando os negócios, mas de forma marginal", acrescentou Bergallo.

Os bombardeios a Gaza continuaram durante a última noite, enquanto Israel - que iniciou uma intensa campanha de ataques contra o enclave após o ataque do Hamas em 7 de outubro - segue impedindo a entrega de ajuda humanitária a civis.