Dólar tem leve queda ante real com baixa liquidez e estímulos da China

Reuters

Publicado 04.09.2023 17:07

Atualizado 04.09.2023 17:20

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista fechou a segunda-feira em leve queda ante o real, em um dia marcado por baixa liquidez em função do feriado nos EUA e pela reação positiva dos investidores a novos estímulos econômicos na China, que deram suporte a algumas moedas de exportadores de commodities, com os mercados repercutindo ainda os números norte-americanos da semana passada.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9338 reais na venda, com baixa de 0,14%.

Na B3 (BVMF:B3SA3), às 17:03 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,15%, a 4,9575 reais.

O dia foi de baixa liquidez nos mercados globais, por conta do feriado do Dia do Trabalho nos EUA. No Brasil, o dólar para outubro no mercado futuro da B3 -- o mais líquido e, no limite, o que serve de parâmetro para as cotações do segmento à vista -- somava apenas 100.375 contratos negociados perto das 17h, bem abaixo da média.

No mercado à vista, conforme um operador ouvido pela Reuters, os spreads na negociação da moeda norte-americana eram maiores por conta do feriado nos EUA, o que também reduzia a disposição de importadores e exportadores em fazer transações.

Neste cenário, as cotações foram impactadas pelas novas medidas de estímulo econômico anunciadas pela China.

Todas as quatro cidades de nível 1 da China afrouxaram a definição de "comprador de moradia pela primeira vez" para facilitar o crédito hipotecário a indivíduos qualificados. Além disso, os principais bancos do país abriram caminho para novos cortes nas taxas de empréstimos e fontes disseram que Pequim está planejando outras ações, incluindo o relaxamento das restrições à compra de casas. As dificuldades do setor imobiliário chinês têm preocupado investidores e bancos centrais em todo o mundo.

As notícias vindas da China deram suporte às ações na Ásia e na Europa mais cedo e favoreceram as moedas de alguns países exportadores de commodities, como o Brasil.

Além da China, as cotações ainda repercutiam os números de emprego nos EUA divulgados na sexta-feira, que davam força à leitura de que o Federal Reserve não subirá mais os juros em 2023.