Dólar tem queda após dados de inflação dos EUA amplamente em linha com expectativas

Reuters

Publicado 26.04.2024 09:56

Atualizado 26.04.2024 10:40

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar tinha queda frente ao real nesta sexta-feira, arrefecendo após ganho da véspera e com investidores reagindo positivamente a dados de inflação dos Estados Unidos amplamente em linha com o esperado.

Às 10h20 (de Brasília), dólar à vista caía 0,64%, a 5,1323 reais na venda. Na B3 (BVMF:B3SA3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,80%, a 5,124 reais.

"Rendimento dos Treasuries lá fora perde o fôlego, e o dólar usualmente acompanha", disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

As taxas dos Treasuries de dez anos, referência global para investimentos, aceleraram a queda depois que dados mostraram que a inflação nos Estados Unidos aumentou moderadamente em março, ficando em linha com as expectativas do mercado.

O índice PCE de preços, favorito do Fed para monitorar a inflação, subiu 0,3% no mês passado, informou o Departamento de Comércio dos EUA nesta sexta-feira. Os dados de fevereiro não foram revisados e mostram um aumento de 0,3% do PCE. Nos 12 meses até março, a inflação aumentou 2,7%, depois de avançar 2,5% em fevereiro.

Economistas consultados pela Reuters previam que o índice subiria 0,3% no mês e 2,6% na base anual.

"Mesmo com os números anualizados um pouco acima do esperado, os dados trimestrais divulgados ontem vieram tão ruins que o mercado certamente se preparava para algo pior", disse Helena Veronese, economista-chefe da B. Side Investimentos.

"A chance de o Fed começar a cortar de juros em setembro voltou ao radar", completou ela. Na véspera, dados mais fortes do que o esperado da inflação medida pelo PCE no primeiro trimestre levaram participantes do mercado a adiar as apostas sobre o momento do primeiro afrouxamento do Fed para novembro ou até dezembro.

Agora, operadores de futuros atrelados ao juro básico do Fed estão precificando 36 pontos-base em cortes de juros este ano, com a primeira redução provavelmente em setembro, segundo dados do LSEG.