Dólar tem volatilidade contra real após tombo da véspera

Reuters

Publicado 02.12.2020 09:15

Atualizado 02.12.2020 10:55

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar oscilava entre altas e baixas contra o real nesta quarta-feira, depois de fechar em seu menor patamar em quatro meses na véspera, enquanto os investidores monitoravam sinais de avanço em direção à distribuição de vacinas para a Covid-19.

Às 10:37, o dólar recuava 0,10%, a 5,2229 reais na venda, depois de ter tocado 5,2563 reais na máxima do dia, alta de 0,54%. O dólar futuro de maior liquidez tinha alta de 0,25%, a 5,2215 reais.

"Nós tivemos na sessão de ontem uma queda muito significativa (no dólar em relação ao real)", explicou Paloma Brum, economista da Toro Investimentos, atribuindo o comportamento desta sessão a um ajuste em linha com a pausa no rali de outros ativos arriscados.

Na última sessão, o dólar spot teve queda de 2,22%, a 5,2282 reais na venda, seu menor patamar para encerramento desde 31 de julho, ficando abaixo de sua média móvel de 200 dias (5,3088 reais), um importante suporte técnico.

O bom humor em relação à vitória de Joe Biden na eleição presidencial dos EUA, em meio a expectativas de mais estímulos, e perspectivas de uma retomada econômica global após a distribuição de vacinas para a Covid-19 foram citados como fatores de impulso para o sentimento na véspera.

Nesta quarta-feira, dando algum suporte ao apetite por risco, o Reino Unido aprovou a vacina contra Covid-19 desenvolvida pela Pfizer e a BioNTech, que poderá começar a ser aplicada nos mais vulneráveis já na semana que vem.

A moeda norte-americana, que tocou uma mínima em dois anos e meio mais cedo, passava a subir contra uma cesta de divisas fortes, enquanto rand sul-africano, lira turca e peso mexicano, pares emergentes do real, apresentavam perdas.

No Brasil, a saúde das contas públicas continuava no radar dos investidores depois que o presidente Jair Bolsonaro afirmou na terça-feira não ser possível "perpetuar" benefícios concedidos à população por conta da pandemia.

A notícia foi um alívio momentâneo para os mercados, disse Paloma Brum, projetando uma perspectiva "menos agravante em relação ao cenário fiscal", embora ainda haja muita "dúvida sobre o respeito ao teto de gastos".

O principal medo dos investidores é de que o governo ultrapasse seu limite de despesas ao tentar financiar medidas de assistência social, comprometendo a sustentabilidade dos gastos e da dívida brasileira.