Dólar firma queda frente ao real com mercado à espera de reunião do CMN e entrevista de Campos Neto

Reuters

Publicado 13.02.2023 09:09

Atualizado 13.02.2023 10:55

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar firmava queda frente ao real em segunda-feira de agenda esvaziada, com investidores no aguardo da primeira reunião no novo governo do Conselho Monetário Nacional (CMN) e de entrevista do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em meio a especulações sobre possível alteração nas metas de inflação do país.

Às 9h53 (horário de Brasília), o dólar à vista caía 0,41%, a 5,1994 reais na venda, acelerando suas perdas depois de abrir perto da estabilidade. Segundo participantes do mercado, o real estava sendo beneficiado pela agenda de indicadores econômicos fraca da sessão.

Na B3 (BVMF:B3SA3), o dólar futuro de primeiro vencimento recuava 0,25%, a 5,2190 reais.

O encontro do CMN, órgão responsável por definir os objetivos oficiais de inflação, está agendado para quinta-feira. A reunião virá depois de notícias de que a equipe econômica do governo estaria estudando antecipar uma revisão das metas de inflação do país e possivelmente elevar o alvo a ser buscado pelo Banco Central, com boatos de que o presidente da autarquia, Campos Neto, aceitaria a mudança.

Embora as metas de inflação oficiais do país sejam comumente definidas na reunião de junho do CMN, nada impede que os objetivos sejam alterados já no encontro desta semana.

Caso o Banco Central concorde com alterações já na quinta-feira, investidores poderiam interpretar isso como fraqueza diante da pressão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem formado um coro insistente para reclamar do patamar elevado da taxa Selic, atualmente em 13,75%, e questionar a autonomia da autarquia.

Em meio a algum nervosismo do mercado antes da reunião, Campos Neto dará entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que irá ao ar a partir das 22h desta segunda-feira. O Banco Inter (BVMF:BIDI4) disse em nota que o mercado aguarda "seus comentários sobre os recentes ataques de Lula à sua pessoa e ao Bacen".