Dólar tem queda de olho em estímulos da China e apostas sobre Fed

Reuters

Publicado 20.02.2024 09:12

Atualizado 20.02.2024 10:31

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar alternava estabilidade e leve queda frente ao real nesta terça-feira, com investidores digerindo novos estímulos da China e trabalhando em modo de espera antes da publicação da ata da última reunião do Federal Reserve.

Às 10:15 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,28%, a 4,9484 reais na venda.

Na B3 (BVMF:B3SA3), às 10:15 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,22%, a 4,9520 reais.

Esse movimento estava em linha com a baixa de 0,20% do índice que compara o dólar a uma cesta de pares fortes nesta manhã.

"O que a gente teve de relevante para a semana foi o corte de juros no mercado chinês --foi um pouco maior do que o mercado esperava... e tudo que mexe com a China mexe com boa parte do mundo", disse Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos.

A China anunciou nesta terça-feira a maior redução já registrada na taxa de referência para hipotecas, conforme as autoridades buscam sustentar o mercado imobiliário e a economia em geral.

No entanto, a reação nos mercados globais ao estímulo era muito contida, em meio a temores de que essa medida não seja suficiente para sustentar uma recuperação econômica frágil e um mercado imobiliário em dificuldades. Além disso, alguns investidores interpretaram o corte de juros como uma preocupação maior das autoridades chinesas com a saúde da segunda maior economia do mundo.

Sinal da desconfiança do mercado e limitando a valorização do real no dia, os contratos futuros do minério de ferro caíram para seu nível mais baixo em mais de três meses nesta terça-feira. "Como o Brasil é um país exportador, a pauta de exportação dita muito sobre o preço das moedas aqui", disse Massote.

Enquanto isso, investidores seguem no aguardo da divulgação da ata do último encontro do Federal Reserve, na quarta-feira, em busca de sinais sobre quando o banco central norte-americano começará a cortar os juros.