Dólar engata queda ante real com otimismo sobre vacina e BC no radar

Reuters

Publicado 18.11.2020 09:16

Atualizado 18.11.2020 10:20

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar engatava queda contra o real nesta quarta-feira, com os investidores refletindo uma recuperação do otimismo global depois de notícias frescas sobre a vacina contra a Covid-19 da Pfizer (NYSE:PFE) (SA:PFIZ34) e sinalizações recentes do Banco Central de que pode fazer ofertas líquidas de contratos de swap cambial.

Às 10:11, o dólar recuava 0,52%, a 5,3059 reais na venda, depois de ter operado perto da estabilidade nos primeiros minutos de pregão.

O dólar futuro de maior liquidez recuava 0,63%, a 5,303 reais.

Ativos de risco de todo o mundo, como os futuros de Wall Street, as bolsas de valores europeias e alguns dos principais pares do real operavam em alta nesta manhã, sinalizando uma melhora no sentimento dos investidores depois que a Pfizer informou nesta quarta-feira que os resultados finais do teste de estágio avançado de sua vacina mostram que o imunizante é 95% eficaz.

A empresa acrescentou que tem os dados de segurança exigidos referentes a dois meses e que solicitaria autorização para uso emergencial nos Estados Unidos em alguns dias.

"As notícias sobre eficácia de vacinas contra a Covid-19 voltam a animar os mercados nesta manhã", disseram em nota analistas do Bradesco (SA:BBDC4), destacando que, em "cenário de menor aversão ao risco, o (índice do) dólar perde força moderadamente".

A moeda norte-americana operava em queda de 0,1% contra uma cesta de pares fortes, rondando mínimas desde 9 de novembro.

Apesar da euforia desta manhã, os mercados não descartavam os riscos negativos para o cenário, alertando para a ameaça econômica da segunda onda de coronavírus na Europa e nos Estados Unidos.

Os mercados têm repercutido "perspectivas futuras que agregam esperanças, tais como o novo governo do presidente americano eleito Joe Biden e os anúncios de avanços concretos na formulação de vacinas contra o coronavírus", mas ainda atentos ao "'status quo' presente da gravíssima crise da pandemia que retorna em sua segunda rodada, ameaçando os sinais de recuperações de atividades de importantes economias", disse em nota Sidnei Nehme, economista e diretor-executivo da NGO Corretora.

LEIA MAIS: Entre a Realidade Presente e a Perspectiva Futura, Mercados Assumem Bipolaridade!, por Sidnei Nehme

Enquanto isso, no Brasil, continuava no radar dos operadores a sinalização do BC de que pode fazer ofertas líquidas de contratos de swap cambial.

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Em nota à imprensa divulgada na segunda-feira, a autarquia se comprometeu a realizar operações para rolagem integral de swaps vincendos em janeiro de 2021, mas adicionou que poderia "recalibrar o montante ofertado, conforme as condições de mercado", medida que foi interpretada como indicação de que o BC poderia fazer ofertas líquidas desses contratos --cujas colocações equivalem a uma venda de dólares no mercado futuro.