Dólar zera alta e ronda estabilidade com exterior positivo

Reuters

Publicado 27.11.2020 09:19

Atualizado 27.11.2020 13:20

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar abandonou a alta de mais cedo e operava perto da estabilidade contra o real nesta sexta-feira, caminhando para sua segunda semana consecutiva de perdas em meio a clima global otimista pela vitória de Joe Biden na eleição presidencial nos Estados Unidos e por progresso no desenvolvimento de vacinas para a Covid-19.

Às 13:10, o dólar recuava 0,01%, a 5,3360 reais na venda, após oscilar entre 5,381 reais (+0,84%) e 5,3209 reais (-0,29%).

O dólar futuro rondava estabilidade, a 5,3360 reais.

No exterior, o índice do dólar caía 0,3%, renovando mínima em quase três meses.

Um dia depois do feriado de Ação de Graças nos EUA, vários analistas citaram a falta de liquidez como um ponto de atenção nesta sessão, em que Wall Street fechará mais cedo, e que pode gerar instabilidade nos mercados.

Enquanto isso, "as preocupações com o avanço da pandemia limitam os ganhos nesta manhã. Além disso, pesa negativamente sobre os negócios a notícia de que uma candidata à vacina deverá realizar novos testes", escreveram analistas do Bradesco (SA:BBDC4).

Recentemente, especialistas expressaram dúvidas sobre dados do teste da vacina da AstraZeneca, e a empresa disse que pode realizar outro estudo para medir a eficácia do medicamento. Enquanto isso, a disseminação da Covid-19 segue forte nos Estados Unidos e na Europa, com vários países ainda sob regime de lockdowns.

Mas resultados promissores de outras farmacêuticas, como Moderna e Pfizer, e perspectivas de uma política mais previsível nos Estados Unidos sob um governo de Biden têm ajudado a apoiar o sentimento dos investidores. Na semana, pressionado pelo otimismo global, o dólar caminhava para queda de 0,9% em relação ao fechamento da última sexta-feira. Em novembro, o dólar cai 7%.

"Internamente, a boa notícia é que Guedes e Campos Neto hastearam a bandeira branca", disse em nota Ricardo Gomes da Silva, superintendente da Correparti Corretora.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, negaram ter qualquer divergência, depois que uma postura defensiva adotada pelo ministro levantou dúvidas sobre o relacionamento entre as duas autoridades.

"Nós temos um pensamento muito parecido", afirmou Campos Neto sobre Guedes, um dia depois de o ministro tê-lo criticado por comentários de que o país precisa de um plano que indique aos investidores preocupação com a trajetória da dívida.

Essa notícia vem em meio a um cenário incerto para as contas públicas brasileiras, com os mercados demonstrando preocupação com a possibilidade de o governo furar seu teto de gastos.