Dólar tem queda ante real de olho em relações EUA-China e dados domésticos

Reuters

Publicado 16.11.2021 09:14

Atualizado 16.11.2021 10:56

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar caía frente ao real nesta terça-feira, volta de feriado para os mercados nacionais, ficando em linha com o desempenho da divisa norte-americana no exterior após notícias de conversas entre os líderes das duas maiores economias do mundo, Estados Unidos e China.

Os presidentes norte-americano, Joe Biden, e chinês, Xi Jinping, falaram virtualmente por três horas na segunda-feira. Embora não tenha rendido nenhum resultado imediato, o encontro virtual foi amplamente considerado como um esforço para evitar um confronto direto entre as duas potências.

Em relatório, analistas do Bradesco citaram nesta terça-feira "repercussão positiva" da notícia nos mercados internacionais, com a conversa entre Xi e Biden trazendo "um cenário mais favorável para a relação dos dois países".

Os participantes do mercado costumam observar de perto as relações entre as duas maiores economias do mundo, uma vez que aumento das tensões e consequentes imposições de sanções econômicas ou tarifas retaliatórias poderiam afetar negativamente o comércio global. A China é a maior parceira comercial do Brasil.

Às 10:31, o dólar recuava 0,18%, a 5,4467 reais na venda. O dólar futuro de maior liquidez tinha queda de 0,38%, a 5,4565 reais.

No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de moedas tinha estabilidade, embora continuasse em patamares elevados acima da marca de 95. Pares arriscados do real, como peso mexicano, rand sul-africano e dólar australiano tinham pouca alteração contra a divisa dos EUA nesta manhã.

Investidores também digeriam nesta terça-feira dados que mostraram que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), registrou queda de 0,27% em setembro em relação a agosto.

O resultado ficou em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters, de queda de 0,30%, e fez o índice fechar o terceiro trimestre com contração de 0,14% na comparação com os três meses anteriores.

A leitura divulgada pelo BC vem depois de uma pesquisa semanal com cerca de 100 instituições financeiras mostrar nova piora nas expectativas do mercado para o crescimento econômico neste ano e no próximo. Para 2022, especialistas esperam agora expansão abaixo de 1%.